Agência Panafricana de Notícias

Burkina Faso participa em intervenção militar da CEDEAO na Côte d'Ivoire

Paris, França (PANA) – O Burkina Faso assumirá a sua parte de responsabilidade se a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) decidir passar à opção militar para destituir o Presidente cessante ivoiriense, Laurent Gbagbo, do poder, declarou terça-feira à noite em Paris o chefe de Estado burkinabe, Blaise Compaoré.

Falando no termo dum encontro com o seu homólogo francês, Nicolas Sarkozy, o Presidente burkinabe precisou que a organização sub-regional preconiza uma intervenção militar para instalar no poder Alassane Ouattara, reconhecido como Presidente eleito da Cõte d'Ivoire pela comunidade internacional.

« A intervenção militar faz parte das decisões tomadas durante a cimeira extraordinária da CEDEAO a 24 de dezembro em Abuja. Não a renunciamos totalmente, apesar de a considerarmos como a última solução », considerou o Presidente burkinabe, em visita a Paris à frente duma delegação da CEDEAO.

Além disso, ele desdramatizou os riscos duma intervenção militar contra os cidadãos dos países membros da CEDEAO instalados na Côte d'Ivoire.

« A intervenção militar nada mudará na sua situação. Eles podem atualmente ser submetidos a exações enquanto ainda não houve esta intervenção. Confirmo que os nossos chefes dos Estados-Maiores continuam a trabalhar sobre a intervenção militar », afirmou o Presidente do Burkina Faso.

Precisando que ele foi delegado para a sua missão em Paris e em Londres pelo presidente em exercício da CEDEAO, o Nigeriano Goodluck Jonathan, Compaoré rejeitou firmemente as acusações de « conspiração internacional » exprimidas pelos apoiantes de Laurent Gbagbo.

« As decisões que tomamos sobre a crise ivoiriense estão conformes com os textos da CEDEAO. É inexato afirmar que aceitamos ordens das potências ou de países terceiros », frisou Campaoré, que foi medianeiro da crise ivoiriense até a primeira volta das presidenciais organizada a 31 de outubro último.

Depois de 48 horas de encontros separados com o chefe de Estado cessante Laurent Gbagbo e com Alassane Ouattara, o medianeiro da União Africana, o primeiro-ministro queniano Raila Odinga, deixou quarta-feira a Côte d'Ivoire sem progressos notáveis na sua missão.

-0- PANA SEI/JSG/MAR/TON 19jan2011