Burkina Faso desdramatiza aproximação de África à Rússia
Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) - A aproximação dos países africanos à Rússia "não deve afetar" as suas relações com os parceiros tradicionais, declarou sexta-feira o Presidente burkinabe, Roch Marc Christian Kaboré.
Para o chefe de Estado burkinabe, o continente negro deve apenas seguir os seus interesses.
Questionado na sexta-feira pelo canal de televisão internacional Russia Today sobre o novo começo com a Rússia, que poderia complicar as relações com parceiros tradicionais como França e Estados Unidos, Kaboré respondeu negativamente.
"Não, nada disso! Penso que todos estes países têm relações com a Rússia! Porque não África! Não podemos negar o direito de diversificar os nossos parceiros igualmente", disse.
Kaboré, cujos comentários foram transcritos pelo seu serviço de comunicação, acrescentou que "faz parte das relações e do multilateralismo no Mundo e, deste ponto de vista, temos todo o direito de o fazer sem quaisquer constrangimentos, porque, como dissemos, não temos uma relação exclusiva com nenhum parceiro".
"São os nossos interesses que estamos a seguir. Simplesmente pedimos à Federação Russa para investir nas várias iniciativas que já estão sendo tomadas", no contexto da luta contra o terrorismo, disse Kaboré, que é também o atual presidente em exercício do G5 Sahel.
Ele observou que "o compromisso do Presidente Putin tem sido claro, para ver como podemos ajudar os países africanos nesta luta contra o terrorismo e a insegurança em geral, entendendo-se que sem estabilidade não pode haver desenvolvimento empresarial".
"Estas são coisas relacionadas e será uma questão, a nível das nossas estruturas, em particular o Secretariado permanente do G5 Sahel, de continuar a fazer o trabalho para poder mobilizar todas estas energias a favor da luta contra o terrorismo," disse o Presidente burkinabe.
-0- PANA TNDD/BEH/CJB/IZ 25out2019