Botswana nega liberdade condicional à alegada financiadora de terrorismo
Gaborone, Botswana (PANA) - A Justiça tswanesa negou liberdade condicional sob caução a Welheminah Maswabi, uma funcionária da Direção dos Serviços de Inteligência e Segurança do Botswana (DIS), acusada de financiamento do terrorismo, posse de bens inexplicáveis e falsa declaração de passaporte.
A agente da DIS, cujo nome de código é "Butterfly" e é alegadamente titular de contas bancárias na Alemanha, em Hong Kong e noutros países, é acusada de ter cometido infrações graves que obrigam a que seja mantida em prisão preventiva.
O advogado de Maswabi indicou que não havia provas de que as três contas bancárias fornecidas como prova em tribunal tinham Maswab efetivamente entre os signatários. "Estas são alegações e não provas", acrescentou.
A acusação também declarou que Maswabi estava na posse de um passaporte diplomático, quando fazia o seu trabalho e que tinha uma "relação sentimental" com Isaac Kgosi, o antigo chefe da DIS, exilado na Malásia.
Este último é procurado por vários crimes, incluindo a corrupção de desvio biliões de dólares do Governo do Botswana.
Para o seu advogado, Mack Unoda, tratava-se de "uma simples acusação", porque os entrevistados afirmaram que Maswabi visitava frequentemente o gabinete de Kgosi.
Por isso, ele pediu que a sua cliente fosse libertada sob caução, porque não havia provas que a ligassem às alegações.
Unoda acrescentou que não havia nada nos documentos apresentados ao Supremo Tribunal de Gaborone que sugerisse que a sua cliente tinha cometido uma infração.
Por um lado, a equipa do Ministério Público afirmou que foram utilizadas assinaturas eletrónicas para autenticar determinados documentos. A acusação declarou igualmente que a libertação de Maswabi poderia interferir na investigação.
Acrescentou que o processo de assistência jurídica mútua estava em curso, acrescentando que corria o risco de fugir porque viajava em muitos países.
-0- PANA MS/VAO/ASA/BEH/DIM/IZ 31out2019