Bissau-guineenses votam domingo para eleições legislativas
Ziguinchor, Senegal (PANA) – Os eleitores vão domingo às urnas na Guiné-Bissau para elegerem deputados da futura Assembleia Nacional e tirar o país da crise política em que se encontra, há mais de três anos, constatou a PANA no local.
Mas já o trabalho da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) suscita uma viva polémica, depois da autorização concedida a eleitores cujos nomes não figuram no ficheiro eleitoral digital para a votação no dia do escrutínio.
Esta decisão é vigorosamente denunciada pelo principal partido da oposição, o Partido da Renovação Social (PRS), cujos dirigentes vêem nela uma tentativa de fraude.
O processo eleitoral coloca problemas desde o início, indignou-se Fausto Impali, responsável deste partido
"Estamos muito surpreendidos por vermos o que ocorre a nível da Comissão Nacional Eleitoral, que autoriza os que não figuram no ficheiro eleitoral digital a votarem. Esta decisão, tomada na semana passada é bem similar à criação duma lista eleitoral paralela”, alertou, sublinhando que a Comissão Eleitoral abusou das suas prerrogativas.
"Inventar uma outra lista para as pessoas cujos nomes não figuram na verdadeira lista não faz parte das prerrogativas da Comissão Nacional Eleitoral. Para nós, isto parece uma tentativa de fraude", protestou
A Comissão Nacional Eleitoral incriminada rejeitou esta tese, alegando que se limitou apenas a acrescentar nomes de eleitores omissos por razões técnicas, como o prevê a lei eleitoral bissau-guineense.
Uma missão de representantes dos quinze país membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas visitou, a 15 de fevereiro último, Bissau, para se inquirir sobre a situação política do país e, particularmente, o estado de preparação das eleições legislativas.
Esta missão foi liderada pelo embaixador equato-guineense, Anatolio Ndong Mba.
Vários observadores saudaram esta iniciativa do Conselho de Segurança, receando que estas legislativas, que deviam tirar a Guiné-Bissau destes anos de crise política, não mergulhem, novamente, o país num novo ciclo de instabilidade, devido a numerosos contestações em relação ao ficheiro eleitoral que, alegadamente contém várias irregularidades segundo alguns partidos políticos.
Dos 49 partidos legalmente constituídos na Guiné Bissau, 24 depositaram oficialmente a sua candidatura a estas eleições legislativas, dos quais só 24 aceites.
As principais forças políticas nacionais, que apresentaram candidatos, são nomeadamente o Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC), que dirige o país praticamente desde a independência, em 1974, o Partido da Renovação Social (PRS), o Partido da Convergência Democrática (PCD), o Partido da Nova Demcracia (PND) e a União para a Mudança (UM).
-0- PANA MAD/JSG/MAR/DD 07março2019