PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Beninenses pedem "salvação" de migrantes negros na Líbia
Cotonou, Benin (PANA) – Embora as autoridades não tenham ainda tomado oficialmente uma posição contra as alegadas exações sofridas pelos Africanos negros residente na Líbia, alguns cidadãos no Benin dizem-se muito preocupados e apelam para uma mobilização internacional "para salvar a vida destas vítimas da guerra" neste país da África do Norte.
Acompanhando diariamente a situação na Líbia desde o desencadear dos bombardeamentos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), os Beninenses dizem-se mais chocados pelas exações cometidas contra os trabalhadores migrantes negros africanos suspeitos de ser mercenários de Muamar Kadafi.
Arsène Adigbi, responsável duma associação de estudantes engajados na iniciativa declara que "a NATO falhou e a comunidade internacional mostrou os seus limites quanto à igualdade dos direitos. Os meios necessários à proteção destes trabalhadores migrantes são menores que os empregues cada dia para a aquisição das armas que servem para bombardear a Líbia”.
«Se ainda lhe resta um pouco de humanismo, a comunidade internacional deverá tomar disposições urgentes para a proteção destes cidadãos da África Negra », recomendou.
Nadège Aklé, presidente da ONG « Mulheres Desenvolvidas para o Bem-estar e Jutisça » insta os países africanos que se precipitaram em reconhecer o CNT (Conselho Nacional de Transição) na Líbia a observar o mesmo ardor para pedir a este que "deixe de assassinar e torturar os que, durante muito tempo, contribuíram para o desenvolvimento da Líbia".
Marie–Michèle Vinougnon, da ONG « Juventude Engajada numa União Nacional para a Emergência e para Apoiar o seu São Desenvolvimento », muito assustada pelas imagens destes migrantes nas cadeias estrangeiras de Televisão, convida a comunidade internacional a aplicar os textos relativos à proteção dos direitos humanos em tempo de guerra.
« Estes jovens que tremiam diante das armas não poderão ser mercenários. Trata-se de jovens em busca de empregos que se instalaram na Líbia para trabalhar e ganhar a vida . Eles deverão ser principalmente protegidos, devido à sua vulnerabilidade », declarou.
Urban Amègbédji, secretário executivo do « Centro Afrika Obota », indicou por seu turno que os direitos dos Africanos não são protegidos pelas leis internacionais. Assim, interroga-se se algumas vidas têm mais valor que outras.
« Estou revoltado e indignado. A comunidade europeia diz ter ordenado os bombardeamentos para proteger as vidas humanas. Estes negros são desumanos? Ou então porque são negros, porque eles são pobres e sem vozes na ONU? A resolução é feita unicamente para os que têm a pele branca? « , interroga-se.
Para este ator influente da sociedade civil beninense, os Estados africanos provaram uma vez mais a sua irresponsabilidade. « Se tivessem sido Brancos a serem massacrados e torturados, nenhum dos seus cidadãos teria sobrado no solo líbio, pelo facto de serem negros, mas ninguém disse nada», deplorou, indicando que « este estado de coisas revela que a guerra na Líbia não visava proteger as populações, mas tinha um propósito expansionista ».
-0- PANA IT/SSB/SOC/MAR/IZ 07set2011
Acompanhando diariamente a situação na Líbia desde o desencadear dos bombardeamentos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), os Beninenses dizem-se mais chocados pelas exações cometidas contra os trabalhadores migrantes negros africanos suspeitos de ser mercenários de Muamar Kadafi.
Arsène Adigbi, responsável duma associação de estudantes engajados na iniciativa declara que "a NATO falhou e a comunidade internacional mostrou os seus limites quanto à igualdade dos direitos. Os meios necessários à proteção destes trabalhadores migrantes são menores que os empregues cada dia para a aquisição das armas que servem para bombardear a Líbia”.
«Se ainda lhe resta um pouco de humanismo, a comunidade internacional deverá tomar disposições urgentes para a proteção destes cidadãos da África Negra », recomendou.
Nadège Aklé, presidente da ONG « Mulheres Desenvolvidas para o Bem-estar e Jutisça » insta os países africanos que se precipitaram em reconhecer o CNT (Conselho Nacional de Transição) na Líbia a observar o mesmo ardor para pedir a este que "deixe de assassinar e torturar os que, durante muito tempo, contribuíram para o desenvolvimento da Líbia".
Marie–Michèle Vinougnon, da ONG « Juventude Engajada numa União Nacional para a Emergência e para Apoiar o seu São Desenvolvimento », muito assustada pelas imagens destes migrantes nas cadeias estrangeiras de Televisão, convida a comunidade internacional a aplicar os textos relativos à proteção dos direitos humanos em tempo de guerra.
« Estes jovens que tremiam diante das armas não poderão ser mercenários. Trata-se de jovens em busca de empregos que se instalaram na Líbia para trabalhar e ganhar a vida . Eles deverão ser principalmente protegidos, devido à sua vulnerabilidade », declarou.
Urban Amègbédji, secretário executivo do « Centro Afrika Obota », indicou por seu turno que os direitos dos Africanos não são protegidos pelas leis internacionais. Assim, interroga-se se algumas vidas têm mais valor que outras.
« Estou revoltado e indignado. A comunidade europeia diz ter ordenado os bombardeamentos para proteger as vidas humanas. Estes negros são desumanos? Ou então porque são negros, porque eles são pobres e sem vozes na ONU? A resolução é feita unicamente para os que têm a pele branca? « , interroga-se.
Para este ator influente da sociedade civil beninense, os Estados africanos provaram uma vez mais a sua irresponsabilidade. « Se tivessem sido Brancos a serem massacrados e torturados, nenhum dos seus cidadãos teria sobrado no solo líbio, pelo facto de serem negros, mas ninguém disse nada», deplorou, indicando que « este estado de coisas revela que a guerra na Líbia não visava proteger as populações, mas tinha um propósito expansionista ».
-0- PANA IT/SSB/SOC/MAR/IZ 07set2011