Bélgica insta RDC a renunciar ao imposto de 50 mil euros do Hospital de Panzi

Bruxelas, Bélgica (PANA) - O ministro belga da Cooperação, Alexander de Croo, pediu ao Governo congolês que renuncie ao imposto mensal de 50 mil euros do Hospital de Panzi, onde trabalha o médico Denis Mukwege, cirurgião-obstetra que repara os órgãos genitais de mulheres congolesas vítimas de violações sexuais perpetradas por grupos armados,

A notícia suscitou uma viva emoção na opinião pública nacional que não compreende que o Governo de Kinshasa cobre um imposto tão elevado ao Hospital de Panzi, enquanto as operações de cirurgia pesada prática se fazem graciosamente pela simples razão de que as pacientes, que se estimam em milhares, não têm meios de pagar.

O médico Denis Mukwege, que recebeu recentemente no Parlamento Europeu, em Estrasburgo (França), o Prémio Andrei Sakharov de 2014, poderá pôr termo ao seu trabalho e o Hospital de Panzi está ameaçado de encerramento.

Para a imprensa belga, este caso é uma manobra do Governo congolês para censurar Mukwege, que se tornou muito popular na RD Congo depois de proclamado vencedor do Prémio Andrei Sakharov.

Recentemente, o médico congolês tomou posição na imprensa internacional contra o projeto de revisão constitucional que o Presidente Kabila pretende iniciar para poder candidatar-se a um terceiro mandato em 2016, no termo do seu mandato atual.

-0- PANA AK/IS/IBA/FK/IZ 05jan2015