Bélgica forma oficiais angolanos em combate à corrupção
Luanda, Angola (PANA) - Um grupo de oficiais da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Unidade de Informação Financeira (UIF) de Angola participa, desde segunda-feira, em Bruxelas, numa formação sobre técnicas e práticas de combate à corrupção, soube-se terça-feira de fonte diplomática.
Segundo a fonte, a formação decorre no âmbito da cooperação bilateral existente entre Angola e Bélgica e vai permitir aos oficiais angolanos interagir, durante uma semana, com técnicos belgas ligados ao Gabinete Central de Combate à Corrupção e à Célula de Tratamento da Informação Financeira.
Os formandos vão igualmente estar em contacto com especialistas do Gabinete Europeu de Luta Antifraude, do Órgão Central de luta Contra a Corrupção, Negócio e Economia e do Gabinete Central de Serviço Público Federal, refere uma nota de imprensa a que a PANA teve acesso, em Luanda.
Citando o embaixador de Angola na Bélgica, Georges Chikoti, o documento indica que a presença dos oficiais angolanos "representa o reconhecimento das capacidades do Estado Belga na luta contra a corrupção, numa ação concreta de cooperação entre os dois Estados".
Para Georges Chikoti, Angola viu a sua estrutura política, económica e social "profundamente afetada" pela endemia sistémica da corrupção, cujo combate sem trégua o novo Executivo saído das eleições gerais de 2017 "elegeu como prioridade na sua ação de governativa.
O diplomata lembrou que a Constituição da República de Angola condena a corrupção "de forma veemente" por contrariar os princípios e valores relevantes da moralidade, da probidade administrativa, da transparência e da boa governação.
Por isso, prosseguiu, a troca de experiências e conhecimentos sobre o combate contra esses crimes de natureza complexa "se afigura urgente".
Por sua vez, Renier Nijskens, enviado especial da Bélgica para a Região dos Grandes Lagos, disse que a presença de oficiais angolanos, em Bruxelas, "demonstra as boas relações entre Angola e o Reino da Bélgica, como resultado da visita que o Presidente de Angola (João Lourenço) efetuou", no ano passado, a este país europeu.
Renier Nijskens disse que o seu país acompanha as mudanças verificadas em Angola, e que um dos grandes desafios da nova liderança "é sem dúvidas o combate à corrupção".
Lembrou que a corrupção é um mal que enferma as sociedades do Mundo em geral e que, por isso, "é imperiosa a união de esforços e trocas de conhecimentos entre os países para banir essas práticas".
O diplomata belga disse acreditar que essa troca de experiência vai dar aos oficiais angolanos novas formas e técnicas de combate à corrupção, "pois terão oportunidade de partilhar experiências junto de várias instituições belgas ligadas ao combate à corrupção".
-0- PANA IZ 09aril2019