Agência Panafricana de Notícias

Bélgica considera ilegal terceiro mandato do Presidente burundês cessante

Bruxelas, Bélgica (PANA) - O ministro belga dos Negócios Estangeiros, Didier Reynders, considerou domingo último em Bruxelas ilegal o terceiro mandato que o Presidente burundês cessante, Pierre Nkurunziza, que obter.

Numa declaração à imprensa, o chefe da diplomacia belga aconselhou-lhe a iniciar imediatamente um diálogo com todas as forças políticas do Burundi.

Revelou que a Bélgica tomou todas as disposições para acolher todas as pessoas em perigo no Burundi.

Estes pronunciamentos do diplomata belga seguem-se à fuga para Bélgica, do presidente da Assembleia Nacional do Burundi, Pie Ntavyohanyuma, que se encontra desde domingo último em Bruxelas.

Ele deu a conhecer à imprensa ter sido obrigado a deixar o país devido ao clima de violência criado pela recusa do Presidente Nkurunziza de renunciar ao terceiro mandato "ilegal".

O segundo Vice-Presidente do Burundi, Gervais Rufyikiri, também está hospedado desde sexta-feira última na capital belga donde apelou a Pierre Nkurunziza para renunciar ao terceiro mandato que não está conforme com o acordo inter-burundês de Arusha (Tanzânia).

Apesar destas advertências, decorrem esta segunda-feira as eleições legislativas e autárquicas, devendo as presidenciais acontecer a 15 de julho próximo.

Pierre Nkurunziza conta com o apoio da milícia Imbonerakuere, criada pelo partido no poder, o Conselho Nacional para a Defesa da Democracia-Forças de Defesa da Democracia (CNDD-FDD), para levar a cabo o processo eleitoral até ao seu termo.

A crise política tende a transformar-se num conflito étnico entre os Tutsi e os Hutu, sendo os primeiros maioritários nos bairros mais violentos de Bujumbura, a capital do país.

-0- PANA AK/JSG/MAR/DD 29junho2015