Agência Panafricana de Notícias

Bélgica acompanha de muito perto evolução da situação no Burundi

Bruxelas, Bélgica (PANA) – A Bélgica está a acompanhar "de muito perto” a evolução da situação no Burundi, onde as forças da ordem começaram no fim de semana passado a revistar alguns bairros de Bujumbura em busca de armas depois de expirado sábado último o prazo dado pelo Estado a todas pessoas detentoras de armas para as entregarem.

Num comunicado oficial publicado em Bruxelas, a Bélgica disse ainda não achar necessário lançar uma operação de evacuação dos 50 expatriados belgas residentes em Bujumbura onde sete pessoas foram assassinadas sábado último por homens armados num bar.

Numa declaração à imprensa, o ministro belga dos Negócios Estrangeiros, Didier Reynders, anunciou que, devido à situação, dois aviões militares de tipo C-130 foram posicionados na região para uma evacuação eventual dos cidadãos belgas do Burundi.

O chefe da diplomacia belga não indicou no entanto o país onde estes aparelhos estão preposicionados mas, segundo a imprensa, os C-130 estariam na República Democrática do Congo (RDC) onde a fronteira mais próxima se situa a menos de 30 quilómetros de Bujumbura.

Além disso, a partir do seu território, a Bélgica poderá lançar uma operação dita NEO (para Não-combatente evacuação operação) composta por uma unidade ligeira da Força Terrestre, para evacuar, se necessário, Belgas em perigo no Burundi, disse o diplomata belga.

Por outro lado, acrescentou que a Bélgica está ciente de que o Rwanda poderá intervir militarmente no Burundi se se considerar as declarações do Presidente rwandês, Paul Kagame, segundo as quais "a situação neste país vizinho é similar à que prevaleceu em 1994 no Rwanda antes do genocídio".

Paul Kagame declarou nunca tolerar que um outro genocídio contra os Tutsi (Tribo minoritária no Rwanda a que ele pertence) aconteça na Região dos Grandes Lagos.

Em 1994, o genocídio rwandês fez cerca de 800 mil mortos, maioritariamente Tutsi.

-0- PANA AK/BEH/SOC/FK/DD 10nov2015