Agência Panafricana de Notícias

Bancos britânicos acusados de cumplicidade de corrupção na Nigéria

Lagos- Nigéria (PANA) -- Bancos britânicos aceitaram milhões de libras em depósito provenientes de políticos nigerianos corruptos, levantando sérias questões sobre o seu engajamento em lutar contra o crime financeiro, segundo um relatório da Organização não Governamental Global Witness, sediada em Londres.
Segundo o relatório intitulado "International Thief Thief", ao receber dinheiro de governadores nigerianos corruptos entre 1999 e 2005 o Barclays, o NatWest, o RBS, o HSBC e o UBS ajudaram a alimentar a corrupção e a consolidar a pobreza na Nigéria.
"O que é extraordinário nesta história é que quase todos estes bancos tinham atraído antes o descontentamente da autoridade de controlo dos bancos britânicos, a Financial Services Authority (FSA), em 2001 depois de terem ajudado o antigo ditador nigeriano, Sani Abacha, a fazer passar perto dum bilião de libras pelo Reino Unido", observa o relatório publicado segunda-feira.
"Estes bancos eram supostos reforçar os seus sistemas, mas como demonstra o relatório alguns anos mais tarde eles aceitaram novamente dinheiro de Nigerianos corruptos.
Não há nenhum sinal de que a FSA empreendeu uma ação desta vez", prossegue o documento.
O relatório nota que os bancos britânicos permitiram a Dieypreye Alamieyese, antigo governador deposto do Estado de Bayelsa, e a Joshua Dariye, do Estado do Plateau, enviar os seus dinheiros roubados para o Reino Unido.
"Os bancos estão prontos para sancionar os clientes ordinários por infrações menores, mas parecem menos interpelados pelo dinheiro sujo que passa nas suas contas", denunciou Robert Palmer, diretor de campanha da Global Witness.
"A corrupção à grande escala não é possível sem um banco disposto a ordenar os pagamentos provenientes de fontes duvidosas ou a pôr à disposição contas para os políticos corruptos", acrescentou.
Segundo a Global Witness, o relatório baseou-se numa análise de documentos do tribunal relativos a um caso intentado em Londres pelo Governo nigeriano para obter o repatriamento do Reino Unido dos fundos desviados pelos dois antigos governadores.