Agência Panafricana de Notícias

Banco de Cabo Verde revê em baixa previsão de crescimento da economia

Praia, Cabo Verde (PANA) - O Banco de Cabo Verde (BCV, central) reviu em baixa a estimativa de crescimento da economia cabo-verdiana de 2,5 para 3,5 porcento, traçada em dezembro passado, projetando agora um crescimento entre 1,5 e 2,5 porcento, em 2016, apurou a PANA sábado de fonte oficial.

No seu mais recente Relatório da Política Monetária, o BCV explica a perspetiva de menor crescimento económico com "os desenvolvimentos macrofinanceiros recentes internos e internacionais, num contexto de aumento de incertezas".

Entre outros fatores que estão na base das incertezas, o BCV indica a atual projeção das exportações de bens e serviços, a evolução da procura externa, a que se juntam os eventuais efeitos do surgimento de uma epidemia do vírus Zika no arquipélago e aos desenvolvimentos recentes no setor dos transportes aéreos, resultantes dos graves problemas enfrentados pela transportadora aérea cabo-verdiana (TACV).

O banco central aponta que o crescimento da economia cabo-verdiana este ano ficará a dever-se, entre outros fatores, ao arranque de importantes empreendimentos financiados pelo investimento direto estrangeiro, à melhoria do balanço dos bancos e dos impactos das medidas de política monetária aplicadas desde maio de 2013.

O BCV prevê que a inflação média anual deverá situar-se entre zero e um porcento em 2016, numa projeção que foi revista em baixa, “em função da revisão das expetativas de evolução dos preços das matérias-primas nos mercados internacionais, bem como dos preços no consumidor e no produtor dos principais parceiros comerciais do país".

O banco central cabo-verdiano prevê ainda uma "contínua descida dos preços dos produtos agrícolas".

O BCV alerta também que eventuais constrangimentos administrativos, decorrentes dos processos eleitorais de 2016, constituem um risco à execução prevista dos empreendimentos financiados com investimento direto estrangeiro.

No entanto, o relatório sublinha que os riscos para as suas projeções se concretizarem são "descendentes", estando relacionados principalmente com a probabilidade de uma evolução aquém do esperado da procura externa e de um agravamento da confiança dos consumidores.

-0- PANA CS/IZ 03abril2016