PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Banco de Cabo Verde prevê redução de atividade económica no país
Praia, Cabo Verde (PANA) - Cabo Verde vai registar uma inflação média anual no intervalo 2,5 e 3,5 porcento e uma contínua redução da dinâmica da atividade económica em 2013, soube a PANA de fonte bancária.
Esta é uma projeção mais recente do Banco de Cabo Verde (BCV), contida no último relatório da política monetária divulgado quarta-feira, a que a PANA teve acesso na cidade da Praia.
Esta projeção é feita num contexto de ligeira contração da atividade nos principais parceiros económicos de Cabo Verde e no pressuposto da manutenção das atuais orientações da política macroeconómica do arquipélago, de acordo com a fonte.
Conforme disse o BCV, o cenário central das projeções de inflação coincide globalmente com o de novembro último, sendo justificado, em larga medida, pela normalização da taxa do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), pela diminuição dos preços internacionais de matérias-primas, bem como pela moderação salarial e pela redução da procura interna, num contexto de aumento da produção local de produtos alimentares.
No que concerne à atividade económica, o documento esclarece que “o desempenho do setor privado nacional, condicionado em parte por financiamentos ainda restritivos, poderá determinar o desempenho da economia no ano corrente”.
As pressões no rendimento das famílias, além da queda prevista das remessas dos emigrantes, e nas receitas das empresas, decorrentes da política fiscal em curso, deverão contribuir, em alguma medida, para “a redução projetada do consumo das famílias e do investimento privado”, lê-se no relatório.
De acordo com o BCV, “a aceleração dos gastos de funcionamento do Governo, bem como o crescimento, ainda que moderado, dos investimentos públicos não deverão ser suficientes para conter a queda da procura interna, na ordem dos três porcento”.
As importações deverão continuar a reduzir-se, em função da redução da procura global e em resultado de algum aumento da produção doméstica de alimentos frescos e de eletricidade e água geradas pelas energias renováveis.
Entretanto, a procura externa dirigida à economia de Cabo Verde deverá continuar fraca, afetando o crescimento das exportações, previne o documento.
“Em termos reais, as exportações deverão crescer cerca de quatro porcento, essencialmente impulsionadas pelo aumento, embora em desaceleração, das receitas do turismo”, precisa.
Neste quadro, contrariamente às estimativas de crescimento para 2012, o crescimento da procura externa líquida poderá não superar a queda da procura interna ao passo que a evolução projetada para componentes da procura agregada implica uma contínua diminuição das necessidades de financiamento da economia, de acordo com a fonte.
A balança de pagamentos deverá permanecer excedentária e as reservas internacionais líquidas deverão garantir cerca de quatro meses de importação.
O défice comercial de bens e serviços deverá reduzir-se para cerca de 10 por cento (24 por cento em 2012) mas o aumento dos dividendos distribuídos aos investidores externos e dos juros do serviço da dívida pública, além da diminuição das remessas dos emigrantes, deverão conter uma queda mais expressiva do défice da conta corrente.
Do lado do financiamento, o BCV projeta alguma recuperação do Investimento Direto Estrangeiro (IDE), com o início da construção de grandes empreendimentos turísticos em São Vicente, Sal e Boa Vista, entre outros investimentos de menor dimensão, alguns dos quais relacionados com o agronegócio.
“Pese embora a prevista recuperação do IDE (crescimento de 1,5 por cento), os fluxos geradores da dívida, do setor público essencialmente, deverão continuar a compensar maioritariamente o défice Corrente”, sublinha o banco central.
Não obstante em linha com o abrandamento previsto da execução do programa de investimentos, prevê-se uma redução dos desembolsos líquidos da dívida do Governo Central na ordem dos 12 por cento.
“O setor privado deverá manter, por seu turno, o processo de ajustamento, com a redução das suas necessidades de financiamento, por um lado, e, por outro, um limitado acesso aos mercados financeiros internacionais (europeus principalmente)”, conclui o documento sobre a política monetária divulgado pelo Banco de Cabo Verde.
-0– PANA CS/DD 23maio2013
Esta é uma projeção mais recente do Banco de Cabo Verde (BCV), contida no último relatório da política monetária divulgado quarta-feira, a que a PANA teve acesso na cidade da Praia.
Esta projeção é feita num contexto de ligeira contração da atividade nos principais parceiros económicos de Cabo Verde e no pressuposto da manutenção das atuais orientações da política macroeconómica do arquipélago, de acordo com a fonte.
Conforme disse o BCV, o cenário central das projeções de inflação coincide globalmente com o de novembro último, sendo justificado, em larga medida, pela normalização da taxa do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), pela diminuição dos preços internacionais de matérias-primas, bem como pela moderação salarial e pela redução da procura interna, num contexto de aumento da produção local de produtos alimentares.
No que concerne à atividade económica, o documento esclarece que “o desempenho do setor privado nacional, condicionado em parte por financiamentos ainda restritivos, poderá determinar o desempenho da economia no ano corrente”.
As pressões no rendimento das famílias, além da queda prevista das remessas dos emigrantes, e nas receitas das empresas, decorrentes da política fiscal em curso, deverão contribuir, em alguma medida, para “a redução projetada do consumo das famílias e do investimento privado”, lê-se no relatório.
De acordo com o BCV, “a aceleração dos gastos de funcionamento do Governo, bem como o crescimento, ainda que moderado, dos investimentos públicos não deverão ser suficientes para conter a queda da procura interna, na ordem dos três porcento”.
As importações deverão continuar a reduzir-se, em função da redução da procura global e em resultado de algum aumento da produção doméstica de alimentos frescos e de eletricidade e água geradas pelas energias renováveis.
Entretanto, a procura externa dirigida à economia de Cabo Verde deverá continuar fraca, afetando o crescimento das exportações, previne o documento.
“Em termos reais, as exportações deverão crescer cerca de quatro porcento, essencialmente impulsionadas pelo aumento, embora em desaceleração, das receitas do turismo”, precisa.
Neste quadro, contrariamente às estimativas de crescimento para 2012, o crescimento da procura externa líquida poderá não superar a queda da procura interna ao passo que a evolução projetada para componentes da procura agregada implica uma contínua diminuição das necessidades de financiamento da economia, de acordo com a fonte.
A balança de pagamentos deverá permanecer excedentária e as reservas internacionais líquidas deverão garantir cerca de quatro meses de importação.
O défice comercial de bens e serviços deverá reduzir-se para cerca de 10 por cento (24 por cento em 2012) mas o aumento dos dividendos distribuídos aos investidores externos e dos juros do serviço da dívida pública, além da diminuição das remessas dos emigrantes, deverão conter uma queda mais expressiva do défice da conta corrente.
Do lado do financiamento, o BCV projeta alguma recuperação do Investimento Direto Estrangeiro (IDE), com o início da construção de grandes empreendimentos turísticos em São Vicente, Sal e Boa Vista, entre outros investimentos de menor dimensão, alguns dos quais relacionados com o agronegócio.
“Pese embora a prevista recuperação do IDE (crescimento de 1,5 por cento), os fluxos geradores da dívida, do setor público essencialmente, deverão continuar a compensar maioritariamente o défice Corrente”, sublinha o banco central.
Não obstante em linha com o abrandamento previsto da execução do programa de investimentos, prevê-se uma redução dos desembolsos líquidos da dívida do Governo Central na ordem dos 12 por cento.
“O setor privado deverá manter, por seu turno, o processo de ajustamento, com a redução das suas necessidades de financiamento, por um lado, e, por outro, um limitado acesso aos mercados financeiros internacionais (europeus principalmente)”, conclui o documento sobre a política monetária divulgado pelo Banco de Cabo Verde.
-0– PANA CS/DD 23maio2013