Agência Panafricana de Notícias

Banco Mundial prevê fraca progressão da economia subsariana

Dakar- Senegal (PANA) -- O Produto Interno Bruto (PIB) deverá progredir duas vezes menos célere na África Subsariana, ou seja um rítmo de 2,4 por cento em 2009 contra 4,9 por cento em 2008, registando assim uma baixa de 1,8 ponto em relação às previsões anteriores, indica o Banco Mundial (BM), num comunicado divulgado terça-feira.
"Em todos os países em via de desenvolvimento, constatámos os efeitos da recessão nas camadas mais pobres, que estão cada vez mais expostas aos choques, vendo a sua margem de manobra reduzida e os seus sonhos frustrados", observa Justin Yifulin, primeiro vice-presidente do BM, precisando que se trata "simplesmente de uma crise de desenvolvimento que poderá neutralizar vários anos de progresso".
Para Hans Timmer, responsável pela equipa de análise das tendências mundiais, ainda que o crescimento se torne positivo em 2010, a produção continuará fraca, as tensões orçamentais e os níveis de desemprego aumentarão na quase totalidade desses países durante um longo período em 2011".
Nesta perspectiva, as trocas mundiais de bens e serviços deverão registar um "recuo de 6,1 por cento em 2009", nota o comunicado, sublinhando que, estando nos 47 dólares americanos em 2009, o preço do barril do petróleo deverá custar menos de metade ao de 2008, enquanto que os preços dos produtos não petroleiros deverão manter-se igualmente a um nível baixo, ou seja 30 por cento a baixo do atingido no ano transacto.
Por outro lado, as previsões do BM revelam que os saldos orçamentais dos países em desenvolvimento deverão degradar-se fortemente na sequência da diminuição das receitas, da carestia dos empréstimos e do aumento das transferências destinadas a preservar a cobertura social.
As necessidades de financiamento dos países em via de desenvolvimento, prossegue a nota, aumentarão e atingirão um bilião 300 milhões de dólares americanos em 2009, inclusive défices correntes e reembolsos a título principal da dívida privada exigida.
Com os refluxos dos capitais externos, estima o BM, as necessidades de financiamento não cobertas variam entre 270 a 700 biliões de dólares americanos.
A retomada dos mercados do crédito poderá demorar a concretizar-se se persistirem os problemas do sector financeiro, acrescenta o texto, considerando esta situação um efeito do prolongamento do período de ajustamento das capacidades da economia real assim como da recessão mundial.