Banco Mundial financia com $16,5 milhões projeto de energia renovável em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) - O Governo de Cabo Verde lançou segunda-feira o Projeto de Energia Renovável e Melhoria da Eficiência Energética nos Serviços Públicos, financiado pelo Banco Mundial (BM) no valor de 16,5 milhões de dólares americanos, apurou a PANA de fonte oficial.
No âmbito do referido projeto, vão ser instaladas centrais solares em quatro ilhas do arquipélago, totalizando mais 3,5 MegaWatts (MW) de potência por fontes renováveis, designadamente Santo Antão, Porto Novo (1,2 MW), São Nicolau, Ribeira Brava (0,4 MW), Maio, Barreiro (0,4 MW) e Fogo, Santa Catarina (1,3 MW).
De acordo com a apresentação do projeto feita pelo Governo, após a construção das centrais fotovoltaicas, num prazo de cinco anos, o Executivo pretende "adjudicar a sua exploração a privados", que serão "selecionados por concurso público".
O projeto envolve ainda a construção das infraestruturas de interligação dessas centrais à rede pública, bem como a instalação de baterias para garantir o armazenamento da energia produzida, enquanto "projeto piloto".
De acordo com o ministro da Energia, Alexandre Monteiro, além destas quatro centrais, há mais cinco processos de produção de energia renovável, solar e eólica, em curso, aos quais concorreram "mais de 20 empresas", num processo que, disse, tem sido condicionado pela pandemia da covid-19 na sua execução.
Ainda assim, garantiu que estes projetos vão permitir a Cabo Verde atingir as metas de produção de energia através de fontes renováveis, face à atual dependência dos combustíveis fôsseis.
Estes últimos alimentam mais de 80 por cento da eletricidade produzida nas centrais do país, afetada pela escalada do preço dos produtos petrolíferos no mercado internacional.
"É um projeto muito importante para apoiar o país na execução do seu programa de transição energética", disse o ministro, sublinhando também a componente "muito forte" ao nível da "reforma e reorganização" do mercado energético, em Cabo Verde, com este projeto, cofinanciado pelo grupo Banco Mundial e pelo Estado cabo-verdiano, entre outros parceiros.
O plano aprovado pelo Governo cabo-verdiano prevê a meta de 30 por cento de produção de eletricidade através de fontes renováveis até 2025 e mais de 50 por cento até 2030.
O projeto apresentado hoje pretende também "melhorar a performance do setor elétrico em Cabo Verde", alavancando para o efeito o financiamento privado e prevendo o apoio à reestruturação e privatização da empresa pública de produção de eletricidade Electra.
"Cabo Verde iniciou o seu programa de transição energética antes da pandemia. As crises acabam por demonstrar que o país está no caminho certo, que é caminhar para um setor energético progressivamente menos dependente dos combustíveis fosseis", disse ainda o ministro da Energia.
O BM refere que Cabo Verde, embora totalmente dependente da importação de combustíveis fôsseis e sem capacidade local de refinação, é dos países com as mais elevadas tarifas elétricas, na África subsaariana, que sofreram um aumento médio de cerca de 30 por cento, em outubro.
No entanto, o Governo cabo-verdiano prevê que, com o progressivo aumento da capacidade instalada de energias renováveis, no país, os preços ao consumidor venham a cair.
-0- PANA CS/IZ 29março2022