Banco Mundial alerta para redução de pescado em São Tomé e Príncipe
São Tomé e Príncipe (PANA) - O Banco Mundial (BM) alertou para uma diminuição de peixe em São Tomé e Príncipe, devido à sub-exploração nas águas territoriais são-tomenses, soube-se fonte oficial
“As poucas estatísticas que existem mostram evidências indiretas que há uma quebra de número de peixes e de cardumes disponíveis em São Tomé”, alertou Rafael Barroso, economista sénior do BM, baseado nos Estados Unidos.
Barroso indicou que os pescadores dizem percorrer longas distâncias para conseguirem peixe.
A escassez de pescado, segundo ele, tem gerado conflito entre pescadores de Santa Catarina da zona norte e os da zona sul.
Frisou que o país não tem controlo das embarcações que pescam na zona económica exclusiva são-tomense, nem das quantidades de peixe que capturam durante a faina.
“A mesma coisa acontece com os navios que pescam nas costas do arquipélago ilegalmente”, referiu.
O economista explicou ainda que, se as autoridade conseguirem diminuir a perda do pescado capturado, investindo no melhoramento das infraestruturas de conservação, e apostar na transformação, eles poderão repovoar o mar de peixe.
“Se o Estado conseguir melhorar estas infraestruturas e, com investimentos em setores chaves, as autoridades podem autorizar uma menor captura de peixe entre as comunidades piscatórias”, acrescentou.
No entanto, segundo o BM, no seu relatório sintético, as pescas são um dos setores que podem impulsionar a transição do país para o padrão de crescimento mais equilibrado.
Segundo o mesmo documento, publicado na ultima sexta-feira, o setor pode gerar empregos, melhorar a segurança alimentar, reduzir o défice comercial e captar divisas para financiar o défice em conta corrente.
Entretanto, um estudo do setor do mar de São Tomé e Príncipe, publicado nesta quarta-feira, financiado pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), a pedido do Governo são-tomense, revela que a pesca artesanal e a semi-industrial arrecadaram, em 2015, 15 milhões 436 de euros, e que as contribuições que os pesqueiros europeus renderam aos cofres do Estado são de um milhão e 370 mil euros.
Os resultados mostram que o setor nacional das pescas são-tomenses criou um valor acrescentado na ordem de 26 milhões de dólares americanos.
Segundo a Organização Não Governamental (ONG) MARAPA (mar ambiente e Pesca Artesanal), existem, no arquipélago, cinco mil pescadores artesanais e mais de 30 embarcações europeias com licenças de pesca nas aguas são-tomenses.
-0- PANA RMG/DD 15dez2019