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Banco Central estima crescimento de 4 porcento para economia cabo-verdiana

Praia, Cabo Verde (PANA) – O Produto Interno Bruto (PIB) de Cabo Verde crescerá na ordem dos 4 porcento entre 2017 e 2018, de acordo com um relatório de política monetária de setembro último divulgado pelo Banco de Cabo Verde (BCV).

Divulgado quarta-feira última, o documento indica que a economia cabo-verdiana deve manter a tendência de retoma registada no primeiro semestre deste ano.

Segundo o BCV, o comportamento positivo da economia é sustentado num contexto externo mais favorável ao crescimento da procura turística e do investimento e numa conjuntura de melhoria do clima económico e do aumento da oferta de crédito.

O relatório indica também que os preços no consumidor mantiveram a trajetória de recuperação iniciada em janeiro último, tendo a taxa de inflação média anual fixado-se, em agosto, em 0,1 porcento, 1,5 pontos percentuais acima do valor registado em dezembro de 2016.

"A recuperação dos preços no consumidor reflete em larga medida a tendência da inflação importada, determinada pelo aumento dos preços das matérias-primas energéticas e não energéticas e pelo fortalecimento da procura interna dos principais fornecedores do país, bem como por algum efeito, no preço dos bens alimentares não transformados, do atraso na queda das chuvas na época de 2017", refere o documento.

No entanto, o BCV ressalva que os indicadores apontam para a manutenção do ciclo de crescimento até agosto, altura em que o menor contributo dos investimentos causou alguma desaceleração da economia.

O relatório dá conta que as contas externas do país registaram um défice de dois biliões e 580 milhões e 400 mil escudos (cerca de 23 milhões de euros) no primeiro semestre, refletindo "a elevada propensão do país a importar" numa conjuntura de aumento dos preços ao consumidor dos principais mercados fornecedores.

Ele aponta ainda a redução das disponibilidades líquidas sobre o exterior do Banco de Cabo Verde e dos bancos comerciais até junho último, o que, segundo o BCV, determinou a diminuição da oferta monetária, "não obstante o crescimento do crédito ao Governo central (10%) e à economia (2 portanto)".

"De notar que o aumento do endividamento interno bruto do governo central se verificou numa conjuntura de redução das suas necessidades de financiamento, em função da melhoria das contas públicas", assinala o texto.

O documento indica também que o saldo orçamental global registou no primeiro semestre um excedente de 685 milhões de escudos cabo-verdianos (6,1 milhões de euros), o que acontece pela primeira vez desde 2009.

"A evolução das contas públicas refletiu o melhor desempenho da atividade económica, os desembolsos mais oportunos da ajuda orçamental e donativos diretos, bem como a redução das despesas de investimento", adianta.

No passado mês de abril, o BCV tinha estimado o crescimento económico do país 2017 num intervalo entre os 3 porcento e os 4 porcento em 2017.

Segundo as estatísticas oficiais, a economia cabo-verdiana registou, em 2016, um crescimento de 3,9 porcento, enquanto no primeiro semestre do ano em curso, o PIB registou uma variação homóloga de 3,6 porcento.

-0- PANA CS/DD 06out2017