Agência Panafricana de Notícias

Banco Central da Tunísia relança situação económica do país

Túnis, Tunísia (PANA) – O nível de crescimento económico da Tunísia para o ano 2011, avaliado entre um e dois porcento, « não permite de modo nenhum dar respostas claras às necessidades económicas nacionais, nomeadamente em matéria de emprego », indicou em Túnis, o governador do Banco Central da Tunísia (BCT), Mustapha Nabli.

O governador do BCT considerou que o êxito da transição democrática na Tunísia continua dependente da estabilidade económica do país qualificada de « delicada ».

Ele indicou que « o problema fundamental reside na situação de incerteza e de falta de confiança prevalecente no país levando empresas e consumidores a temporizarem.

Estes fatores, a que se junta a diminuição do investimento estrangeiro direto, contribuem para a baixa da procura interna, incluindo o consumo e o investimento que figuram entre os mais importantes meios de promover o crescimento, precisa Mustapha Kamel Nabli.

Ele disse que, na conjuntura atual, as transferências dos emigrantes tunisinos registaram uma diminuição de 12 porcento, passando de cerca de 633 milhões de dinares (cerca de 480 milhões de dólares americanos) em 2010 para 530 milhões de dinares (cerca de 400 milhões de dólares americanos) no primeiro trimestre de 2011.

Segundo o governador do BCT, mesmo com o Plano de Relançamento elaborado pelo Governo provisório para injetar receitas na economia, incluindo aumentos salariais, estimular o consumo e privilegiar os investimentos nas infraestruturas, os riscos continuam importantes sobretudo para os pagamentos externos.

Assim a balança comercial poderá causar ao país até 11 biliões 60 milhões de dinares de reservas em divisas (cerca de oito biliões 400 milhões de dólares americanos), ou seja 125 dias de exportação a 26 de abril último, contra 13 biliões três milhões de dinares (cerca nove biliões 900 milhões de dólares americanos) ou seja 147 dias de exportação no fim de 2010.

No entanto, o otimismo evocado por Mustapha Nabil concerne às boas disposições da próxima campanha agrícola e à dinâmica registada pelas exportações, nomeadamente mais de 10 porcento de crescimento.

A redução do volume desta dívida externa do país participa neste otimismo, na sequência do pagamento pela Tunísia das suas dívidas à razão de 450 milhões de euros aos mercados europeus.

O escalonamento da dívida das instituições financeiras locais junto do BCT, com vista a aumentar a sua capacidade de financiamento, teve por resultado a evolução, avaliada em 3,7 porcento durante o primeiro trimestre de 2011, do financiamento da economia nacional pelos bancos tunisinos.

Resta o projeto relativo à diminuição da taxa de juro diretor pelo BCT destinado a promover o investimento, mas o Governo receia um impacto negativo deste, nomeadamente sobre os recursos dos bancos, provocando uma fraca mobilização dos depósitos e uma baixa do acesso aos empréstimos bancários favoráveis ao aumento da massa monetária e portanto da taxa de inflação.

-0- PANA FA/BY/SSB/FK/DD 1maio2011