Agência Panafricana de Notícias

BM defende criação de fundo de vulnerabilidade para África

Dakar- Senegal (PANA) -- A vice-presidente do Banco Mundial (BM) para África, Obiageli Ezekwesili, defendeu a disponibilização de novos financiamentos a favor das economias africanas para atenuar os efeitos da crise financeira mundial, anuncia um comunicado da instituição de Bretton Woods entregue sexta-feira à PANA.
"Nós convidamos os países ricos a pensar em África quando eles elaboram programas para ajudar as suas economias face à crise financeira", declarou Ezekwesili, durante uma videoconferência de imprensa em Addis Abeba, à margem da XII Cimeira da União Africana em que participou.
Para ela, era crucial para os países ricos não se focalizarem em respostas internas "insulares" à crise, instando-os a consagrar 0,7 por cento do montante das medidas de incentivos que eles tomarão face à crise a um Fundo de Vulnerabilidade para África.
Ela explicou que um tal fundo serviria para financiar as despesas directas para projectos de emergência visando a resolução do desemprego cada vez mais crescente ao qual toda África faz face neste período.
Esta situação de desemprego "resulta do encerramento das explorações mineiras, da suspensão ou da anulação de projectos nos sectores mais duramente afectados por uma diminuição dos fluxos de capitais privados e dos orçamentos públicos", bem como dos preços das matérias-primas e das receitas provenientes do turismo e das transferências dos migrantes".
O Fundo de Vulnerabilidade para África deverá igualmente financiar programas sobre as vertentes de segurança e que respondem às necessidades fundamentais dos mais pobres entre os desfavorecidos, nomeadamente, nos domínios da saúde, da educação, da alimentação no meio escolar, dos fertilizantes para os agricultores, prossegue o comunicado.
Ele ajudará também a manter o fluxo dos créditos para as pequenas e médias empresas que são os motores de crescimento, de criação de empregos e de riquezas.
Para apoiar a ajuda e o tipo de financiamentos novos propostos, Ezekwesili exortou os Governos africanos a alcançar as reformas no sector público, a construir Estados mais eficazes, a formar e reter funcionários íntegros e competentes, e a livrar o sector público de burocracias ineficazes.
Os efeitos da crise financeira constituem uma verdadeira ameaça que aniquilará as conquistas em matéria de redução da pobreza em África induzidas por boas taxas de crescimento situadas entre 5,9 e 8,1 por cento durante a década de 1997-2007, estimou o Banco Mundial.