BAD e Portugal desembolsam $ 450 milhões para Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) – O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e o Governo português disponibilizaram um compacto específico no valor de 470 milhões de dólares americanos, a favor do Governo cabo-verdiano, soube a PANA de fonte segura na ilha do Sal.
Um acordo sobre este financiamento foi assinado segunda-feira última, na ilha do Sal, no quadro dum primeiro Fórum de Investimentos privados que decorre no local.
Assim sendo, Cabo Verde tornou-se no segundo país membro dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), depois de Mocambique.
O compacto financeiro lusófono é uma iniciativa lançada no final de 2017 pelo BAD e pelo Governo português para financiar projetos lançados em países lusófonos, com garantias do Estado português que assim asseguram que o custo de financiamento seja mais baixo e menos arriscado.
O valor do compacto específico para Cabo Verde, de 470 milhões de dólares, vai ser utilizado para financiar projetos em áreas como energias renováveis, agronegócios, o turismo e pescas.
Além destes projetos em apreço, o instrumento contém sugestões de políticas de reforma, de preparação de projetos e outras formas de assistência técnica, no que diz respeito ao setor privado e a parcerias pública e privada.
Conforme a diretora de Integração Regional do BAD, Moono Mupotola, que assinou o documento com o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças cabo-verdiano, Olavo Correia, e a embaixadora de Portugal em Cabo Verde, Helena Paiva, a assinatura do compacto comprova os esforços do Governo cabo-verdiano para o desenvolvimento do setor privado.
"O BAD e seus parceiros têm planos ambiciosos para Cabo Verde e temos de garantir uma maior concentração de recursos para atacarmos os obstáculos a infraestruturas, que tenham um impacto no desenvolvimento de empresas", disse Mupotola.
Afirmou que, em coordenação com Portugal, o BAD está a concluir detalhes para a utilização das garantias financeiras e critérios para eleger projetos do compacto, salientando que os mesmos vão "alinhar com as prioridades do país".
Moono Mupotola disse ainda que o compacto irá ter em conta o contexto do país e os desafios nacionais que o setor privado enfrenta.
Disse igualmente o instrumento irá considerar o financiamento de projetos com valores inferiores a 30 milhões de dólares, que é o limite para o crédito do banco.
Por sua vez, a embaixadora Helena Paiva disse que Portugal atribuiu "enorme importância" ao compacto lusófono, considerando que se trata de um "instrumento inovador".
"Este é o primeiro passo para a operacionalização desta importante iniciativa de fomento ao desenvolvimento do setor privado no país, enquanto motor de crescimento económico sustentável e inclusivo, e, por consequência, vai contribuir para a melhoria das condições de vida da população cabo-verdiana", salientou a diplomata.
Já para o ministro das Finanças cabo-verdiano, "o compacto é mais um ato de criação de oportunidades para o setor privado, a quem cabe, a partir de agora, apresentar projetos que criem valor para todos".
"Temos hoje todos os instrumentos de apoio às empresas, no que diz respeito ao financiamento. Agora é preciso que o setor privado tenha condições para apresentar projetos bancáveis, bem montados […] projetos financiáveis, para que possamos criar empregos", referiu Olava Correia.
"Temos hoje todos os instrumentos de apoio às empresas, no que diz respeito ao financiamento. Agora é um montante nunca visto” para a criação de investimentos no país, concluiu o governante.
-0- PANA CS/DD 02julho2019