PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
BAD cria mecanismo de liquidez para enfrentar crise
Addis Abeba- Etiópia (PANA) -- O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) criou uma facilidade para o desembolso urgente de 1,5 bilião de dólares americanos como paliativo às necessidades crescentes de liquidez causados pela instabilidade do ambiente de crédito no mundo, anunciou o seu presidente, Donald Kaberuka, num comunicado divulgado terça-feira.
Kaberuka avisou igualmente que as tentativas desesperadas das principais economias mundiais para amortecer a crise provocada por esta recessão poderão revelar-se sem sucesso se não forem apoiadas por níveis de confiança proporcionais.
Na sua avaliação das tentativas dos Governos do mundo inteiro de recapitalizar os bancos face à crise do crédito, Kaberuka alertou contra as decisões apressadas sem uma base de confiança sólida.
"Apesar das medidas para recapitalizar os bancos, se livrar dos activos mal parados e fazer circular o crédito, é um problema de confiança que se coloca.
Duvida-se ainda de que as medidas de relançamento terão sucesso", sublinhou.
Kaberuka recordou aos presidentes africanos que o impacto da recessão económica será, sem dúvida, devastador sobre o continente, cujos mercados emergentes são ainda frágeis.
Apesar das garantias segundo as quais o papel menor desempenhado pelas instituições financeiras africanas na economia mundial preservou o continente contra a crise, o presidente do BAD advertiu que África estará exposta à deflação, o contrário da inflação que segue uma recessão económica quando os preços das matérias-primas baixam.
"É uma questão de tempo antes de a economia real começar a sofrer.
No entanto, mesmo neste caso os riscos residuais para o nosso sistema bancário não podem ser excluidos em países onde os bancos locais acumularam posições externas negativas", disse.
Explicou que em África, onde não se registou falência bancária séria nem corrida às divisas, as economias contractam-se em reacção às perspectivas negativas no Ocidente que afectaram a procura das exportações africanas e reduziram as remessas para o continente, além de diminuir as chegadas de turistas.
"A nossa capacidade de resistir a uma crise prolongada é limitada.
As reservas de África são inferiores às da Noruega, que possui 370 biliões de dólares americanos para apenas 4,7 milhões de habitantes", disse Kaberuka.
Kaberuka, antigo ministro das Finanças do Ruanda responsável pela recuperação económica deste país da África Central depois do genocídio de 1994, indicou que as economias africanas continuam a opera com opções estreitas e não podiam se dar ao luxo de dispor de injecções financeiras massivas similares às efectuadas pelo Governo americano para o relançamento.
"Não temos o mesmo espaço fiscal que os países desenvolvidos que nos permita apoiar as nossas economias através das despesas maciças e temos de resistir à tentação de passar de uma euforia excessiva para uma instabilidade excessiva, pois a situação é crítica", ressaltou o presidente do BAD.
Kaberuka avisou igualmente que as tentativas desesperadas das principais economias mundiais para amortecer a crise provocada por esta recessão poderão revelar-se sem sucesso se não forem apoiadas por níveis de confiança proporcionais.
Na sua avaliação das tentativas dos Governos do mundo inteiro de recapitalizar os bancos face à crise do crédito, Kaberuka alertou contra as decisões apressadas sem uma base de confiança sólida.
"Apesar das medidas para recapitalizar os bancos, se livrar dos activos mal parados e fazer circular o crédito, é um problema de confiança que se coloca.
Duvida-se ainda de que as medidas de relançamento terão sucesso", sublinhou.
Kaberuka recordou aos presidentes africanos que o impacto da recessão económica será, sem dúvida, devastador sobre o continente, cujos mercados emergentes são ainda frágeis.
Apesar das garantias segundo as quais o papel menor desempenhado pelas instituições financeiras africanas na economia mundial preservou o continente contra a crise, o presidente do BAD advertiu que África estará exposta à deflação, o contrário da inflação que segue uma recessão económica quando os preços das matérias-primas baixam.
"É uma questão de tempo antes de a economia real começar a sofrer.
No entanto, mesmo neste caso os riscos residuais para o nosso sistema bancário não podem ser excluidos em países onde os bancos locais acumularam posições externas negativas", disse.
Explicou que em África, onde não se registou falência bancária séria nem corrida às divisas, as economias contractam-se em reacção às perspectivas negativas no Ocidente que afectaram a procura das exportações africanas e reduziram as remessas para o continente, além de diminuir as chegadas de turistas.
"A nossa capacidade de resistir a uma crise prolongada é limitada.
As reservas de África são inferiores às da Noruega, que possui 370 biliões de dólares americanos para apenas 4,7 milhões de habitantes", disse Kaberuka.
Kaberuka, antigo ministro das Finanças do Ruanda responsável pela recuperação económica deste país da África Central depois do genocídio de 1994, indicou que as economias africanas continuam a opera com opções estreitas e não podiam se dar ao luxo de dispor de injecções financeiras massivas similares às efectuadas pelo Governo americano para o relançamento.
"Não temos o mesmo espaço fiscal que os países desenvolvidos que nos permita apoiar as nossas economias através das despesas maciças e temos de resistir à tentação de passar de uma euforia excessiva para uma instabilidade excessiva, pois a situação é crítica", ressaltou o presidente do BAD.