Autoproclamado presidente demite primeiro-ministro na Guiné-Bissau
Luanda, Angola (PANA) - Umaro Sissoco Embaló, autoproclamado Presidente da Guiné-Bissau, demitiu sexta-feira o primeiro-ministro Aristides Gomes, substituído pelo atual primeiro vice-presidente do Parlamento.
Num decreto presidencial citado pela imprensa internacional, Embaló justifica a demissão de Aristides Gomes pela sua "atuação grave e inapropriada" por alegadamente dissuadir o corpo diplomático acreditado no país de comparecer na sua tomada de posse, no dia anterior.
Embaló acusa igualmente Aristides Gomes de a "apelar à guerra e sublevação em caso da investidura do chefe de Estado, que considera um golpe de Estado".
Pouco depois desta decisão, militares guineenses retiraram os funcionários da rádio e da televisão públicas e ordenaram a suspensão das emissões, segundo a imprensa internacional.
Nuno Nabian é o líder da Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), que fazia parte da coligação do Governo, mas que apoiou Sissoco Embaló na segunda volta das presidenciais.
Na qualidade primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP, Parlamento) ele conferiu "simbolicamente" posso a Sissoco Embaló como Presidente da República, na quinta-feira, numa cerimónia realizada num hotel da capital guineense.
O acto foi qualificado pelo Governo guineense como “golpe de Estado”.
Entretanto, o presidente do Parlamento, Cipriano Cassamá, também tomou posse como Presidente interino, numa sessão na ANP.
A posse foi conferida pela deputada Dan Ialá, primeira secretária da mesa do Parlamento, invocando o n.º 2 do artigo 71 da Constituição guineense.
Segundo a norma invocada, havendo vacatura na chefia do Estado, o cargo é ocupado pelo presidente da Assembleia Nacional Popular, segunda figura do Estado.
-0- PANA IZ 29fev2020