Autoproclamado comandante Haftar acusado de alvejar embaixadas com mísseis na Líbia
Tripoli, Líbia (PANA) - O ministro líbio dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional do Governo de Unidade Nacional, Mohamed Taher Siala, acusou as forças de Khalifa Haftar (autoproclamado comandante do Exército nacional líbio) de alvejar a sede da Embaixada da Turquia e a residência do embaixador italiano na capital, Tripoli, com "mísseis teleguiados."
Esta acusação foi mencionada numa carta dirigida ao Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU), publicada terça-feira pelo departamento dos media estrangeiras do ministério dos Negócios estrangeiro, no seu site web.
Nesta carta, Siala salientou que "visar as sedes das missões diplomáticas constitui uma violação flagrante da Carta das Nações Unidas e das Convenções de Viena sobre as relações diplomáticas e consulares."
"Colocamos o Conselho de Segurança perante as suas responsabilidades históricas de cumprir as suas obrigações de manutenção da paz e da segurança internacionais, de condenar a pérfida agressão de Haftar e de responsabilizar seus autores e seus apoiantes", indignou-se o diplomata líbia, na sua missiva.
Quinta-feira última, dois foguetes aterraram em Zawiyet al-Dahmani, no local onde se encontram a Embaixada turca e a residência do embaixador italiano, que sobreleva a cornija da cidade capital.
Numa segunda carta ao Tribunal Penal Internacional (TPI), Siala afirmou que "as milícias de Haftar cometeram atos de violação do direito internacional e do direito humanitário internacional, matando prisioneiros e torturando-o, bombardeando também missões diplomáticas."
"Numa grave violação, as milícias de Haftar bombardearam o aeroporto de Maitigua com mais de cinquenta foguetes Grad, que causaram danos nos edifícios do aeroporto, como incêndios nos tanques de combustível, e destruíram diretamente duas aeronaves civis", acusou o chefe da diplomacia líbia na sua carta .
"Pedimos que sejam tomadas medidas necessárias e urgentes para se investigar sobre estes crimes que constituem crimes de guerra e crimes contra a humanidade, a fim de que sejam envidados esforços no sentido de se exigir que os seus autores sejam punidos e responsabilizados perante o tribunal internacional", concluiu Siala.
-0- PANA BY/DIM/DD 12maio2020
