Agência Panafricana de Notícias

Aumento do esforço de pesca diminui recursos marinhos em Cabo Verde

Praia, Cabo Verde (PANA) - Os recursos marinhos, em Cabo Verde, têm diminuído em consequência do aumento do esforço de pesca no arquipélago, declarou terça-feira a coordenadora nacional do projeto Iniciativa Pesca Costeira (IPC), Eliana Silva.

Os resultados do projeto estão a ser discutidos desde segunda-feira, na capital cabo-verdiana, Praia.

Em declarações à Radio de Cabo Verde (RCV), Eliana Silva garantiu que, de acordo com os dados do censo realizado em 2011, Cabo Verde tinha cerca de 3.717 pescadores, 987 peixeiras e 1300 botes de pesca.

Estes números, afirmou, aumentaram comparativamente aos de há 10 anos, o que também constitui um indicador de que « os recursos marinhos no país estão a diminuir ».

“Temos constatado que, a nível da pesca costeira, os recursos estão em declínio. Se compararmos o número total de desembarques do ano passado para este ano, houve um declínio porque o esforço de pesca tem aumentado e a quantidade de recursos está a diminuir”, explicou Eliana Silva.

No encontro que decorre durante dois dias, na capital cabo-verdiana, cerca de 50 participantes oriundos dos três países beneficiários do IPC (  Cabo Verde, Cote d’Ivoire e Senegal) irão apresentar o estado de implementação das atividades e validar as iniciativas programadas até ao final do presente ano.

Em Cabo Verde, o projeto Iniciativa Pesca Costeira – África Ocidental é implementado, desde 2019, envolvendo parceiros públicos e privados a nível nacional, visando obter benefícios ambientais, sociais e económicos sustentáveis através da boa governação, incentivos corretos e inovação.

O objetivo do projeto é reforçar a governação, a gestão e as cadeias de valor das pescas, através da implementação de uma abordagem ecossistémica das pescas, de instrumentos internacionais relevantes e de parcerias inovadoras de governação.

A Iniciativa Pesca Costeira é cofinanciada pelo GEF (Global Environment Facility), pela Convenção de Abidjan, pelo PNUE (Programa das Nações Unidas para o Ambiente), por agências governamentais e por outros parceiros.

Está avaliada no montante de cerca de 52 milhões de dólares americanos para um período de cinco anos (setembro 2018 – maio 2022) e implementado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), na África Ocidental.

-0- PANA CS/IZ 10ago2021