PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Ativistas manifestam-se contra empreendimento turístico em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) – Um grupo denominado movimento “Korrenti di Ativista” (Corrente Ativista) anunciou segunda-feira na cidade da Praia uma “revolta civil” para impedir a realização de um empreendimento turístico e imobiliário no ilhéu de Santa Maria, na capital cabo-verdiana.
Em conferência de imprensa na Praia da Gamboa, defronte ao ilhéu de Santa Maria, o porta-voz do movimento, João Monteiro, disse que é preciso que Cabo-verdianos saibam que o empreendimento do empresário macaense David Chow vai passar a ser uma espécie de “colónia chinesa”.
“O casino vai ser um espaço de jogos/batota, dos vícios dos milionários e pequenos ricos, de prostituição, lavagem de capital, tráfico de droga, turismo sexual, por isso, que não podemos deixar que o imperialismo e capitalismo domine a mente dos Cabo-verdianos", disse, afirmando que "vamos proteger o nosso património natural com a nossa arma de guerra que é o ativismo social, a revolução, porque estamos preparados até para uma revolta civil”.
Segundo o activista social, a infraestrutura, além de causar o desaparecimento de espécies raras do local e degradar totalmente o ambiente, vai “impedir as pessoas da classe mais desfavorecidas de desfrutarem do lazer e de uma visão ecológica do espaço”, assim como os pescadores e peixeiras deixarão de trabalhar nesta área.
No seu entender, Cabo Verde precisa de grandes investimentos na área de mobilização de mais água para agricultura e a pesca e na promoção do desenvolvimento local e comunitário, em vez do casino a ser construído num “património público” que “não pode” ser vendido para servir de “caprichos aos dois maiores partidos que resolveram novamente unir-se quando é o dinheiro sujo que está em jogo”.
“Queremos que o ilhéu fique como está, ou seja, um espaço onde as pessoas vão aliviar o stress e divertir-se”, disse João Monteiro, avançando que com esta “ocupação” do ilhéu de Santa Maria espera ter mais pessoas a “lutar” pela causa e juntar aos cerca das 20 que já estão neste momento no terreno a reivindicar.
No passado dia 25 de julho, David Chow esteve em Cabo Verde para apresentar o projeto da construção do empreendimento turístico e imobiliário na baía da Cidade da Praia, que inclui o ilhéu Santa Maria e a Praia da Gamboa, que arranca este ano e que deverá estar pronto em três anos.
Considerado o maior empreendimento turístico em Cabo Verde, este projeto de investimento direto estrangeiro, orçado em 250 milhões de dólares americanos, inclui um hotel-casino, uma marina turística, um centro de congressos, infraestruturas hoteleiras e residenciais na zona da praia da Gamboa e de Chã de Areia e um parque de estacionamento automóvel.
O empreendimento, que cobrirá uma área de 152.700 metros quadrados, e que vai inaugurar a indústria de jogo no arquipélago, deve criar mais de mil postos de trabalho, o que, segundo as autoridades, permitirá ao país debelar, em parte, a situação do desemprego, ao mesmo tempo que irá trazer outras vantagens para o mercado turístico cabo-verdiano.
Tanto o Governo central, suportado pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), como a Câmara Municipal da Praia, presidida por Ulisses Correia e Silva, líder do Movimento para a Democracia (MpD), principal partido da oposição, apoiam a realização do projeto que irá ter um impacto significativo na situação sócio-económica da capital cabo-verdiana e do arquipélago em geral.
-0- PANA CS/TON 03agosto2015
Em conferência de imprensa na Praia da Gamboa, defronte ao ilhéu de Santa Maria, o porta-voz do movimento, João Monteiro, disse que é preciso que Cabo-verdianos saibam que o empreendimento do empresário macaense David Chow vai passar a ser uma espécie de “colónia chinesa”.
“O casino vai ser um espaço de jogos/batota, dos vícios dos milionários e pequenos ricos, de prostituição, lavagem de capital, tráfico de droga, turismo sexual, por isso, que não podemos deixar que o imperialismo e capitalismo domine a mente dos Cabo-verdianos", disse, afirmando que "vamos proteger o nosso património natural com a nossa arma de guerra que é o ativismo social, a revolução, porque estamos preparados até para uma revolta civil”.
Segundo o activista social, a infraestrutura, além de causar o desaparecimento de espécies raras do local e degradar totalmente o ambiente, vai “impedir as pessoas da classe mais desfavorecidas de desfrutarem do lazer e de uma visão ecológica do espaço”, assim como os pescadores e peixeiras deixarão de trabalhar nesta área.
No seu entender, Cabo Verde precisa de grandes investimentos na área de mobilização de mais água para agricultura e a pesca e na promoção do desenvolvimento local e comunitário, em vez do casino a ser construído num “património público” que “não pode” ser vendido para servir de “caprichos aos dois maiores partidos que resolveram novamente unir-se quando é o dinheiro sujo que está em jogo”.
“Queremos que o ilhéu fique como está, ou seja, um espaço onde as pessoas vão aliviar o stress e divertir-se”, disse João Monteiro, avançando que com esta “ocupação” do ilhéu de Santa Maria espera ter mais pessoas a “lutar” pela causa e juntar aos cerca das 20 que já estão neste momento no terreno a reivindicar.
No passado dia 25 de julho, David Chow esteve em Cabo Verde para apresentar o projeto da construção do empreendimento turístico e imobiliário na baía da Cidade da Praia, que inclui o ilhéu Santa Maria e a Praia da Gamboa, que arranca este ano e que deverá estar pronto em três anos.
Considerado o maior empreendimento turístico em Cabo Verde, este projeto de investimento direto estrangeiro, orçado em 250 milhões de dólares americanos, inclui um hotel-casino, uma marina turística, um centro de congressos, infraestruturas hoteleiras e residenciais na zona da praia da Gamboa e de Chã de Areia e um parque de estacionamento automóvel.
O empreendimento, que cobrirá uma área de 152.700 metros quadrados, e que vai inaugurar a indústria de jogo no arquipélago, deve criar mais de mil postos de trabalho, o que, segundo as autoridades, permitirá ao país debelar, em parte, a situação do desemprego, ao mesmo tempo que irá trazer outras vantagens para o mercado turístico cabo-verdiano.
Tanto o Governo central, suportado pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), como a Câmara Municipal da Praia, presidida por Ulisses Correia e Silva, líder do Movimento para a Democracia (MpD), principal partido da oposição, apoiam a realização do projeto que irá ter um impacto significativo na situação sócio-económica da capital cabo-verdiana e do arquipélago em geral.
-0- PANA CS/TON 03agosto2015