Agência Panafricana de Notícias

Ativista burundês autorizado a sair do país para tratamento no estrangeiro

Bujumbura, Burundi (PANA)- O ativista burundês dos direitos humanos Pierre Claver Mbonimpa, de 70 anos, foi autorizado pela justiça burundesa a fazer tratamento no estrangeiro por causa dos ferimentos a tiro depois da tentativa de assassinato de que foi vítima, soube a PANA de fonte judicial em Bujumbura.

Atualmente, Pierre Claver Mbonimpa, presidente da Associação para a Defesa dos Direitos Humanos e dos Prisioneiros (APRODH), está internado numa clínica privada da capital burundesa.

Durante a tentativa de assassinato, ele foi ferido com um bala nos maxilares, segundo o diagnóstico médico, mas a sua saúde estaria assegurada sob reserva de cuidados de emergência mais apropriados inexistentes no Burundi.

Pierre Claver Mbonimpa foi processado por atentado à segurança interna e externa do Estado por ter denunciado no final do ano passado treinos paramilitares de jovens supostos militantes do partido no poder na República Democrática do Congo (RDC).

A denúncia destes treinos paramilitares valeu-lhe quatro meses de prisão antes de beneficiar duma libertação condicional depois do agravamento da sua diabete crónica aguda durante a detenção.

O ativista dos direitos humanos usou da sua força moral na mobilização popular contra a candidatura do Presidente cessante, Pierre Nkurunziza, para um terceiro mandato controverso na liderança do país durante estes três últimos meses.

A tentativa de assassinato do presidente da APRODH foi antecedido dum ataque com ôbus que causou a morte, domingo passado em Bujumbura, do general do Exército e antigo chefe dos Serviços Especiais de Informações, Adolphe Nshimirimana.

Desde o assassinato do general Nshimirimana, o medo tomou conta da sociedade devido a esquadrões da morte que matam pessoas por motivos políticos num país em crise ligada ao contencioso eleitoral.

-0- PANA FB/JSG/MAR/TON 6agosto2015