PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Atividade económica evolui desfavoravelmente em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) - A atividade económica evoluiu desfavoravelmente em Cabo Verde, no primeiro semestre de 2013, tendo afetado a posição financeira do setor privado e agravado os riscos à estabilidade financeira do arquipélago, apurou a PANA quinta-feira de fonte oficial.
De acordo com o Banco de Cabo Verde (BCV, central), o país continua a sofrer com a contração da economia dos seus principais parceiros, e o comportamento desfavorável da economia agrava o risco à estabilidade financeira, ou seja, dificulta a obtenção de crédito.
Estes riscos, nomeadamente de desvalorização dos ativos bancários, podem, no entanto, ser reduzidos devido à evolução moderada dos preços no consumidor, indica o BCV no seu
Boletim de Estabilidade divulgado quinta-feira na capital cabo-verdiana, Praia.
O documento explica que as contas externas, refletindo o contexto adverso que se vive lá fora, fizeram com que a balança de pagamentos tivesse um comportamento menos favorável nesse período, comparativamente ao período homólogo, ou seja, nos primeiros seis meses de 2012.
“Mas o risco de desvalorização cambial permaneceu reduzido. E isso porque as reservas cambiais garantem mais de quatro meses das importações projetadas para 2013”, sublinha banco central.
Na avaliação do BCV, os riscos à estabilidade financeira associados às contas públicas também mantiveram-se reduzidos, apesar da diminuição das receitas orçamentais.
O facto de os bancos terem reduzido os créditos e tentado captar mais recursos junto dos clientes, prossegue, contribuiu para desacelerar o ritmo de crescimento no setor bancário.
“Registou-se uma estagnação da carteira de crédito a clientes (0,35 porcento) face a junho de 2012, enquanto os depósitos de clientes, principal fonte de financiamento, cresceram 8,57 porcento, precisa o documento, destacando no entanto o aumento de 8,68 porcento dos depósitos dos emigrantes, que representam mais de um terço do funding dos bancos.
O BCV assinala ainda que a redução do crédito e o aumento dos depósitos permitiram aumentar a liquidez do sistema bancário.
“Mesmo assim, a margem financeira caiu dois porcento, o produto bancário quatro porcento e os resultados líquidos 74 porcento, tendo a rentabilidade do ativo e dos capitais próprios evoluído no mesmo sentido”, constata.
Em suma, indica, a avaliação do banco central cabo-verdiano concluiu que “não obstante o aumento da liquidez, os riscos à estabilidade financeira agravaram-se”.
Também no período em referência, os fundos elegíveis dos bancos decresceram 5,4 porcento e do rácio de solvabilidade 2,7 porcento.
“A atividade económica desfavorável reforçou o risco de crédito e deteriorou a carteira dos bancos”, assinala o BCV, sublinhando que “esta evolução foi mitigada pela cobertura do crédito vencido por provisões, mas os níveis de incumprimentos continuam acima dos 18 porcento”.
Mas em contraciclo com o quadro apresentado, assinala o documento do BCV, o setor segurador teve uma evolução positiva e continuou a apresentar níveis confortáveis de provisões e de margem de solvência.
Já no mercado de valores mobiliários, o deficiente acesso à informação pelos investidores foi um dos riscos identificados, conclui o documento.
-0- PANA CS/IZ 26set2013
De acordo com o Banco de Cabo Verde (BCV, central), o país continua a sofrer com a contração da economia dos seus principais parceiros, e o comportamento desfavorável da economia agrava o risco à estabilidade financeira, ou seja, dificulta a obtenção de crédito.
Estes riscos, nomeadamente de desvalorização dos ativos bancários, podem, no entanto, ser reduzidos devido à evolução moderada dos preços no consumidor, indica o BCV no seu
Boletim de Estabilidade divulgado quinta-feira na capital cabo-verdiana, Praia.
O documento explica que as contas externas, refletindo o contexto adverso que se vive lá fora, fizeram com que a balança de pagamentos tivesse um comportamento menos favorável nesse período, comparativamente ao período homólogo, ou seja, nos primeiros seis meses de 2012.
“Mas o risco de desvalorização cambial permaneceu reduzido. E isso porque as reservas cambiais garantem mais de quatro meses das importações projetadas para 2013”, sublinha banco central.
Na avaliação do BCV, os riscos à estabilidade financeira associados às contas públicas também mantiveram-se reduzidos, apesar da diminuição das receitas orçamentais.
O facto de os bancos terem reduzido os créditos e tentado captar mais recursos junto dos clientes, prossegue, contribuiu para desacelerar o ritmo de crescimento no setor bancário.
“Registou-se uma estagnação da carteira de crédito a clientes (0,35 porcento) face a junho de 2012, enquanto os depósitos de clientes, principal fonte de financiamento, cresceram 8,57 porcento, precisa o documento, destacando no entanto o aumento de 8,68 porcento dos depósitos dos emigrantes, que representam mais de um terço do funding dos bancos.
O BCV assinala ainda que a redução do crédito e o aumento dos depósitos permitiram aumentar a liquidez do sistema bancário.
“Mesmo assim, a margem financeira caiu dois porcento, o produto bancário quatro porcento e os resultados líquidos 74 porcento, tendo a rentabilidade do ativo e dos capitais próprios evoluído no mesmo sentido”, constata.
Em suma, indica, a avaliação do banco central cabo-verdiano concluiu que “não obstante o aumento da liquidez, os riscos à estabilidade financeira agravaram-se”.
Também no período em referência, os fundos elegíveis dos bancos decresceram 5,4 porcento e do rácio de solvabilidade 2,7 porcento.
“A atividade económica desfavorável reforçou o risco de crédito e deteriorou a carteira dos bancos”, assinala o BCV, sublinhando que “esta evolução foi mitigada pela cobertura do crédito vencido por provisões, mas os níveis de incumprimentos continuam acima dos 18 porcento”.
Mas em contraciclo com o quadro apresentado, assinala o documento do BCV, o setor segurador teve uma evolução positiva e continuou a apresentar níveis confortáveis de provisões e de margem de solvência.
Já no mercado de valores mobiliários, o deficiente acesso à informação pelos investidores foi um dos riscos identificados, conclui o documento.
-0- PANA CS/IZ 26set2013