Agência Panafricana de Notícias

Atentado suicida contra igreja na Nigéria faz 21 mortos

Lagos, Nigéria (PANA) – O atentado suicida de domingo contra uma igreja em Yelwa, no Estado de Bauchi (norte da Nigéria) fez 21 mortos e 45 feridos, revelou terça-feira o diário privado Vanguard, citando um responsável da Associação dos Cristãos da Nigéria (CAN).

O presidente da secção local da Associação, Reverendo Lawi Pokti, explicou que 12 pessoas morreram na explosão da bomba e nove outras foram vítimas dos soldados desdobrados no local para manter a ordem.

"Foi confirmado que pelo menos 45 pessoas foram feridas, das quais 25 pela explosão da bomba e 20 pelos tiros dos militares. Não existe nenhuma razão moral, ética e concreta para a segurança abrir fogo contra mulheres, jovens e crianças que vieram chorar os seus entes queridos falecidos. Consideramos este ato como execuções extrajudiciais que o Exército nigeriano deve lamentar", sustentou.

O Exército ainda não reagiu a estas acusações, mas negou sistematicamente ter matado civis no norte de maioria muçulmana, onde soldados foram desdobrados para combater a seita islamita Boko Haram.

Por outro lado, a Boko Haram reivindicou a responsabilidade por este novo atentado contra uma igreja, dizendo tratar-se de represálias contra os ataques lançados pelas forças de segurança contra os seus "irmãos".

Num comunicado do porta-voz da seita, Abuk Qaga, a partir da sua base de Maiduguri, capital do Estado de Borno, a Boko Haram acusou as forças de segurança de dar ao Presidente Goodluck Jonathan "falsas informações" sobre os confrontos incessantes entre os seus elementos e os membros da seita.

A seita reiterou igualmente os seus avisos contra a imprensa.

"Vejam, por exemplo, o ataque que lançaram contra os nossos irmãos no bairro de Jain, no Estado de Kano, há algumas semanas. O facto é que havia apenas três homens em casa com as suas esposas e as suas armas. Infelizmente, os soldados atacaram o bairro com mais de 40 veículos, incluindo blindados, antes de cercar a casa em plena noite.

"Houve um forte tiroteio entre os nossos homens e os soldados mas nenhum dos nossos irmãos foi morto ou detido. Só conseguiram deter mulheres porque os nossos combatentes conseguiram escapar depois de matarem vários agentes de segurança. Todavia, a imprensa, que achamos estar em conivência com as forças de segurança e o Governo, divulgou uma informação contrária que induziu o público em erro", explicou.

-0- PANA SEG/FJG/JSG/CJB/IZ 05jun2012