Agência Panafricana de Notícias

Ataque à Embaixada francesa em Tripoli longe de enfraquecer relações franco-líbias, diz MNE francês

Tripoli, Líbia (PANA) – O ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Laurent Fabius, afirmou terça-feira em Tripoli que o ataque « terrorista » perpetrado nesse dia contra a Embaixada de França na capital líbia "não vai enfraquecer" as relações entre a Líbia e França, mas que vai pelo contrário "reforçá-las e torná-las mais sólidas".

"Os terroristas que tentaram afetar a Líbia e França e destruir a amizade entre os dois países vão perder finalmente em virtude da profundeza da amizade entre os dois povos", sublinhou Fabius numa conferência de imprensa conjuntamente realizada com o seu homólogo líbio, Mohamed Ahmed Abdel Aziz.

O chefe da diplomacia francesa que visitou antes o local do ataque, na companhia do primeiro-ministro do Governo provisório líbio, Ali Zeidan, precisou que a ação destruiu uma parte signficativa das instalações da Embaixada e feriu dois gendarmes franceses dos quais um gravemente, que seria evacuado para França para concluir os seus tratamentos.

Chegado terça-feira de manhã a Tripoli, Fabius qualificou o ataque de « cobarde », afirmando que as autoridades líbias prometeram deter os autores e julgá-los.

Indicou que um inquérito foi aberto para identificar os autores, afirmando «a solidariedade das autoridades líbias que ofereceram toda a sua disponibilidade para o efeito.

Um juiz francês especialista em questões terroristas é aguardado nos próximos dias em Tripoli para colaborar com as autoridades líbias no inquérito, revelou, acrescentando que o seu Governo deu instruções a todas as Embaixadas de França no mundo para reforçar a sua segurança após este ataque.

Por seu lado, o ministro líbio dos Negócios Estrangeiros indicou que «este ato terrorista » visava afetar as relações e a parceria sólidas que ligam os dois países, afirmando que as autoridades líbias vão pautar pelo profissionalismo na condução do inquérito, em colaboração com a parte francesa, para deter os responsáveis por este ato criminoso e terrorista e julgá-los em tribunal.

Ele indicou a disponibilidade da Líbia de dar todas as facilidades para um inquérito conjunto e oferecer a ajuda necessária à equipa da Embaixada de França para lhe permitir continuar a realizar normalmente a sua missão para reforçar as relações entre França e a Líbia.

O responsável líbio indicou que o Ministério do Interior instalou um serviço especial para a proteção das Embaixadas e outras representações diplomáticas, afirmando que a segurança da Líbia é também dos países vizinhos do norte de África ou do norte da margem do Mediterrâneo.

Para além dos dois gendarmes franceses, o ataque feriu também gravemente uma rapariga líbia, cuja identidade ainda não foi revelada.

Este atentado é o primeiro que visa os interesses franceses na Líbia desde a destituição do regime de Kadafi, em 2011.

Imediatamente após o ataque, o Presidente francês, François Hollande, disse esperar que as autoridades líbias «esclareçam» o atentado, enquanto a Líbia anunciou, por seu turno, a constituição de uma comissão de inquérito franco-líbio, recusando-se a dar informações sobre os motivos que estariam por detrás deste atentado.

França anunciou igualmente o envio de gendarmes a Tripoli e o reforço das medidas de segurança em torno da Embaixada e da sede das empresas francesas na Líbia, bem como a
a suspensão das atividades do seu centro cultural e da escola francesa de Tripoli.

-0- PANA AD/IN/AAS/FK/IZ 24abril2013