Associação receia crise económica após subida de preços de combustíveis em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) - A Associação para a Defesa do Consumidor (ADECO) de Cabo Verde receia que o aumento generalizado dos preços dos combustíveis, em 60 por cento, no último ano, venha a provocar uma situação de crise económica e colapso dos operadores económicos, apurou a PANA terça-feira, na cidade da Praia.
Em declarações à imprensa, a presidente da ADECO, Eva Caldeira Marques, disse que o país vai atravessar “momentos muito difíceis", com o aumento do preço dos combustíveis, pelo que já está a antecipar um "efeito bola de neve", em que tudo aumentaria de custo no país.
Por isso, disse que é de se prever um "colapso" dos operadores económicos cabo-verdianos, pelo que está ”a prever onde é que com o aumento dos fatores de produção veremos tão rapidamente uma recuperação económica em Cabo Verde".
Neste sentido, ela disse que a ADECO espera, da parte dos reguladores, "sensibilidade" em relação aos preços dos bens essenciais.
Também na terça-feira, o Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, exortou o Governo a fazer um esforço suplementar para "encontrar um equilíbrio", face aos impactos do contínuo aumento dos combustíveis no arquipélago na vida das famílias.
"Dentro daquilo que é possível, o Governo deve fazer um esforço para que haja medidas que compensem, que mitiguem e que amorteçam os efeitos negativos dessa subida de preços", apelou Jorge Carlos Fonseca, que cessa funções dentro de uma semana.
Ele falava em declarações aos jornalistas no Palácio Presidencial, na Praia, depois de receber o ministro dos Transportes de Angola, Ricardo Viegas d'Abreu.
Entretanto, o vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, garantiu que o Governo está a tomar um conjunto de medidas capazes de aliviar os impactos do aumento do preço dos combustíveis no rendimento das famílias cabo-verdianas.
Olavo Correia deu esta garantia em declarações à imprensa, à margem da apresentação dos resultados da Oferta Particular de Subscrição do empréstimo Obrigacionista da Associação Nacional dos Municípios Cabo-verdianos.
Ele respondia a uma questão sobre que medidas o Governo está a tomar para diminuir o impacto do aumento dos preços dos combustíveis em 60,7 por cento.
O Governante disse que Cabo Verde está a viver hoje as consequências do aumento do preço no mercado internacional, que tem havido uma disrupção praticamente a nível da cadeia logística, tendo provocado o aumento de preço dos produtos alimentares, mas também dos produtos energéticos.
“Mas, o Governo tem estado a tomar um conjunto de medidas para aliviar, digamos assim, esse impacto do preço no rendimento das famílias, nomeadamente a tarifa social para a energia e água.
"Em relação à energia, hoje as famílias que estão no Cadastro Social único, classe 1 e 2, nós cobrimos até 50 por cento da sua factura energética. Em relação à água até 30 por cento, reduzimos o IVA de 15 para oito por cento para água e para energia e vamos continuar a trabalhar as medidas adicionais para que possamos ter um alívio”, asseverou.
-0- PANA CS/IZ 03nov2021