Assassino de líder comunista Chris Hani nega conspiração com extrema direita
Cidade do Cabo, África do Sul (PANA) – O homem que quase desencadeou uma guerra inter-racial nas vésperas das primeiras eleições democráticas de 1994, na África do Sul, ao abater o dirigente comunista Chris Hani, rejeitou as alegações segundo as quais ele militou na extrema direita com vista a criar a instabilidade.
Janusz Walus abateu Chris Hani, um líder político de primeiro plano, a 10 de abril de 1993. É acusado de se ter mancomunado com extremistas da direita, na Polónia, que lhe teriam proposto o seu apoio uma vez libertado de cadeia em Pretória.
Walus, que nasceu na Polónia, foi condenado à prisão perpétua feito o disparo mortal. A liberdade provisória foi-lhe recusada pela terceira vez, a 7 de outubro último, apesar de declarações do seu advogado de que ele está completamente reabilitado.
Na sequência da sua detenção, a Polícia encontrou uma lista que comportava nomes de heróis da libertação como Nelson Mandela e Joe Slovo. Após manifestações violentas provocadas pelo assassinato de Hani, Mandela acedeu ao poder, preconizando a reconciliação inter-racial.
O Partido Comunista Polaco enviou, na semana passada, uma declaração ao Partido Comunista Sul-Africano (SACP), afirmando que os extremistas da direita na Polónia organizavam outros extremistas para atacar os membros do SACP, na África do Sul, que estão opostos aos pedidos de liberdade provisória de Walus.
Segundo o advogado de Walus, Julian Knight, estas alegações são “completamente absurdas” e o seu cliente que está detido, há 27 anos, "não tem nenhum contacto com o mundo externo.
A 12 de dezembro último, o Alto Tribunal de Pretória examinou de novo o pedido de liberdade provisória de Walus mas rmeteu-os para o ministro da Justiça, Ronald Lamola, ordenando-lhe a tomar uma decisão num prazo de 60 dias.
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