PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Assassino de jornalista Carlos Cardoso em liberdade condicional em Moçambique
Maputo, Moçambique (PANA) - Momad Assife Abdul Satar, também conhecido por 'Nini', um dos empresários que, em 2001, ordenou o assassinato do maior jornalista investigativo de Moçambique, Carlos Cardoso, foi posto em liberdade condicional na semana finda, soube a PANA este fim de semana.
A ordem para a libertação de Satar foi assinada, segunda-feira, 01, pelo juiz Adérito Malhope, do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, mas as autoridades prisionais impediram a execução da ordem no mesmo dia por um oficial de diligências.
Segundo a agência noticiosa moçambicana (AIM), o Ministério Público tinha objeções contra esta libertação pelo facto de Satar ser suspeito de organizar outros crimes, incluindo sequestros a partir da sua cela da BO, prisão de máxima segurança em Maputo, onde se encontrava encarcerado.
Contudo, Malhope insistiu na libertação de Nini, através de um segundo despacho, rejeitando um último recurso do Ministério Público.
Desta vez, Malhope exigiu que a sua ordem fosse executada num prazo de seis horas sob pena de o diretor do Estabelecimento Penitenciário Provincial de Maputo, Castigo Machaieie, ser acusado de crime de desobediência.
Por isso, Satar foi libertado quinta-feira, 04, tendo sido levado para sua casa cercado por um grande número de agentes de segurança privada.
Mais tarde, Satar concedeu uma entrevista à estação de televisão independente STV, durante a qual gabou-se da sua imensa riqueza, afirmando que tencionava retomar a sua vida como homem de negócios, depois de revelar que possui várias empresas fora do país.
Antes da sua prisão pelo assassinato de Carlos Cardoso, Nini Satar era mais conhecido como um agiota, operando a partir da extinta casa de câmbios “Unicâmbios”, que pertencia ao seu irmão Ayob Abdul Satar, morto a tiro no Paquistão.
Nini diz ter muito dinheiro, razão pela qual jamais poderia estar envolvido na onda de sequestros que abalou algumas cidades moçambicanas, particularmente a capital do país, desde 2011.
“Raptar para quê?”, questionou Nini, para de seguida explicar que “não preciso de raptar pessoas para ganhar 100, 200, 300 mil dólares".
Quando ele e outros cinco co-réus foram considerados culpados pelo assassinato de Cardoso, em janeiro de 2003, também foram condenados a pagar uma indemnização no valor de 14 biliões de meticais (equivalentes a 588 mil dólares americanos ao câmbio da época) a favor dos dois filhos de Cardoso, Ibo e Milena, e outros 500 milhões ao seu motorista, Carlos Manjate, que foi gravemente ferido durante a operação.
Até agora, Nini ainda não pagou um centavo, e o juiz Malhope parece ter ignorado completamente o segundo caso em que Nini também foi considerado culpado pela fraude do BCM, o então maior banco do país, ocorrida em 1996, e que resultou no desvio de 144 milhões de meticais (14 milhões de dólares americanos).
Nini foi condenado a 14 anos de prisão pela sua participação na fraude e à devolução do dinheiro subtraído do BCM, juntamente com os seus cúmplices, mas também ainda não pagou um único centavo, segundo fontes bem informadas em Maputo que admitem existir fortes suspeitas de que a fonte da enorme riqueza de Nini seja o dinheiro desviado deste banco.
Ele disse ter contratado 40 guarda-costas, incluindo Moçambicanos e Sul-africanos, o que revela ter razões para temer pela sua vida, depois de dois cúmplices seus no assassinato de Cardoso, o seu irmão Ayob e Vicente Ramaya, este último antigo gerente da dependência do BCM onde ocorreu a fraude, terem sido assassinados em liberdade condicional.
Ramaya foi posto em liberdade condicional em Janeiro de 2013, mas, em fevereiro deste ano, foi morto a tiro no interior do seu carro numa das artérias da cidade de Maputo.
Ayob Satar, por seu turno, foi posto em liberdade condicional em março de 2013, e foi baleado mortalmente, a 2 de julho do corrente ano, na cidade paquistanesa de Karachi, à saída de um banco depois de levantar uma soma equivalente a cinco mil dólares em rupias paquistanesas.
Em declarações à AIM, Lucinda Cruz, advogada da família Cardoso, disse ter ficado muito satisfeita por saber que Nini é muito rico uma vez que, explicou, se ele considera 200 mil ou 300 mil dólares como uma soma irrisória, "então não terá problemas em pagar a indemnização ordenada pelo tribunal às suas vítimas".
'"Se ele tem tanto dinheiro, então ele deve pagar a indemnização, o que não será um problema para ele", disse Lucinda Cruz.
Um dos motivos pelos quais a direção da cadeia recomendou a concessão de liberdade condicional a Nini é o facto de ter mostrado arrependimento pelos seus crimes, segundo fonte judicial.
Por isso, disse Cruz, se ele está verdadeiramente arrependido, então ele deve estar disposto a pagar a indeminização devida aos filhos de Cardoso e ao motorista Carlos Manjate.
-0- PANA PF/SG/MZ 07set2014
A ordem para a libertação de Satar foi assinada, segunda-feira, 01, pelo juiz Adérito Malhope, do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, mas as autoridades prisionais impediram a execução da ordem no mesmo dia por um oficial de diligências.
Segundo a agência noticiosa moçambicana (AIM), o Ministério Público tinha objeções contra esta libertação pelo facto de Satar ser suspeito de organizar outros crimes, incluindo sequestros a partir da sua cela da BO, prisão de máxima segurança em Maputo, onde se encontrava encarcerado.
Contudo, Malhope insistiu na libertação de Nini, através de um segundo despacho, rejeitando um último recurso do Ministério Público.
Desta vez, Malhope exigiu que a sua ordem fosse executada num prazo de seis horas sob pena de o diretor do Estabelecimento Penitenciário Provincial de Maputo, Castigo Machaieie, ser acusado de crime de desobediência.
Por isso, Satar foi libertado quinta-feira, 04, tendo sido levado para sua casa cercado por um grande número de agentes de segurança privada.
Mais tarde, Satar concedeu uma entrevista à estação de televisão independente STV, durante a qual gabou-se da sua imensa riqueza, afirmando que tencionava retomar a sua vida como homem de negócios, depois de revelar que possui várias empresas fora do país.
Antes da sua prisão pelo assassinato de Carlos Cardoso, Nini Satar era mais conhecido como um agiota, operando a partir da extinta casa de câmbios “Unicâmbios”, que pertencia ao seu irmão Ayob Abdul Satar, morto a tiro no Paquistão.
Nini diz ter muito dinheiro, razão pela qual jamais poderia estar envolvido na onda de sequestros que abalou algumas cidades moçambicanas, particularmente a capital do país, desde 2011.
“Raptar para quê?”, questionou Nini, para de seguida explicar que “não preciso de raptar pessoas para ganhar 100, 200, 300 mil dólares".
Quando ele e outros cinco co-réus foram considerados culpados pelo assassinato de Cardoso, em janeiro de 2003, também foram condenados a pagar uma indemnização no valor de 14 biliões de meticais (equivalentes a 588 mil dólares americanos ao câmbio da época) a favor dos dois filhos de Cardoso, Ibo e Milena, e outros 500 milhões ao seu motorista, Carlos Manjate, que foi gravemente ferido durante a operação.
Até agora, Nini ainda não pagou um centavo, e o juiz Malhope parece ter ignorado completamente o segundo caso em que Nini também foi considerado culpado pela fraude do BCM, o então maior banco do país, ocorrida em 1996, e que resultou no desvio de 144 milhões de meticais (14 milhões de dólares americanos).
Nini foi condenado a 14 anos de prisão pela sua participação na fraude e à devolução do dinheiro subtraído do BCM, juntamente com os seus cúmplices, mas também ainda não pagou um único centavo, segundo fontes bem informadas em Maputo que admitem existir fortes suspeitas de que a fonte da enorme riqueza de Nini seja o dinheiro desviado deste banco.
Ele disse ter contratado 40 guarda-costas, incluindo Moçambicanos e Sul-africanos, o que revela ter razões para temer pela sua vida, depois de dois cúmplices seus no assassinato de Cardoso, o seu irmão Ayob e Vicente Ramaya, este último antigo gerente da dependência do BCM onde ocorreu a fraude, terem sido assassinados em liberdade condicional.
Ramaya foi posto em liberdade condicional em Janeiro de 2013, mas, em fevereiro deste ano, foi morto a tiro no interior do seu carro numa das artérias da cidade de Maputo.
Ayob Satar, por seu turno, foi posto em liberdade condicional em março de 2013, e foi baleado mortalmente, a 2 de julho do corrente ano, na cidade paquistanesa de Karachi, à saída de um banco depois de levantar uma soma equivalente a cinco mil dólares em rupias paquistanesas.
Em declarações à AIM, Lucinda Cruz, advogada da família Cardoso, disse ter ficado muito satisfeita por saber que Nini é muito rico uma vez que, explicou, se ele considera 200 mil ou 300 mil dólares como uma soma irrisória, "então não terá problemas em pagar a indemnização ordenada pelo tribunal às suas vítimas".
'"Se ele tem tanto dinheiro, então ele deve pagar a indemnização, o que não será um problema para ele", disse Lucinda Cruz.
Um dos motivos pelos quais a direção da cadeia recomendou a concessão de liberdade condicional a Nini é o facto de ter mostrado arrependimento pelos seus crimes, segundo fonte judicial.
Por isso, disse Cruz, se ele está verdadeiramente arrependido, então ele deve estar disposto a pagar a indeminização devida aos filhos de Cardoso e ao motorista Carlos Manjate.
-0- PANA PF/SG/MZ 07set2014