PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Antigo MNE senegalês promete combater monarquização do país
Dakar- Senegal (PANA) -- O ex-ministro senegalês dos Negócios Estrangeiros, Cheikh Tidiane Gadio, rompeu o silêncio que vinha observando desde a sua exoneração, no ano passado, e prometeu bater-se contra a "devolução do poder pela via monárquica" no seu país.
Num extenso manifesto datado de 4 de Abril deste ano e publicado na imprensa senegalesa neste fim de semana, Gadio revela ter criado uma plataforma política denominada "Movimento Político da Cidadania (MPC)", para combater firmemente "o projecto da devolução do poder pela via monárquica".
Sem citar nomes, o texto do documento de nove páginas responsabiliza implicitamente o actual Presidente da República, Abdoulaye Wade, e o seu filho Karim pelos males políticos que o país enfrenta actualmente.
Segundo o manifesto, o Senegal, que já foi "terra africana da erudição, da sapiência, da paz, da tolerância e da concórdia", atravessa hoje "uma das mais graves crises da sua história institucional, política e social dos últimos 50 anos".
Pela primeira vez, diz o texto, "os nossos compatriotas, tomados de assalto por um descalabro socioeconómico, político e institucional sem precedente (.
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) mostram-se abertamente prontos a todas as formas de luta pela mudança - incluindo as mais extremas - para fazer face a um duplo desafio".
No entender de Gadio, este duplo desafio consiste na derrocada das instituições da governação democrática, política e económica e na descoberta de "um projecto, antes secreto e subreptício e mais tarde cada vez mais assumido e de pé, da devolução dinástica do poder na nossa República".
"Quem diria! Como pode o país africano onde os cidadãos votam desde 1848, país que gerou santos e eruditos de esplendor universal, sábios duma envergadura excepcional e líderes políticos de dimensão mundial, afundar-se numa deriva política e institucional sem igual, ou ainda, onde a incerteza política e a precariedade socioeconómica passaram a ser o prémio permanente de cidadãos vencidos por um presente doloroso e angustiado e um futuro sem futuro?, interroga-se Gadio, que foi ministro dos Negócios Estrangeiros desde a ascensão de Wade ao poder, em 2000, até 2009, aconselha o actual regime a ter em conta "esta vontade salvadora" e admitir que "a verdade precede o perdão e nunca o invesrso".
Por seu turno, a oposição é chamada a reconhecer que uma verdadeira cultura democrática de alternância pacífica, períodica e normal "deve excluir a propensão a ameaçar e a prometer o inferno aos dirigentes actuais", sob pena de instalar entre estes últimos "o medo e o recurso aos projectos de sucessão dinática como escudo de protecção pós-magistério".
No seu manifesto, Gadio promete ainda que o seu MPC vai submeter ao povo senegalês uma nova Constituição, a ser difundida em todas as línguas do país e discutida em todo o território nacional e na Diáspora, como parte das suas propostas para a renascença democrática e renovação institucional do Senegal.
Enquanto isso, saúda a acção política da Bennoo Siggil Senegaal (BSS), uma coligação dos principais partidos da oposição, no seu papel de "parceiro incontornável na reconquista e consolidação da democracia e na preservação da República do Senegal".
Saúda igualmene os "numerosos compatriotas e democratas" que, no seio da coligação presidencial, a CAP 21, "se opõem, discreta ou abertamente, ao desmantelamento das instituições do nosso país bem como ao complôt contra o nosso povo simbolizado pelo projecto de devolução dinástica do poder".
Estes numerosos compatriotas no seio da CAP 21, prossegue, "não escondem a sua repulsa e embaraço" diante de situações como "o regresso do mandato (presidencial) de sete anos, a restauração do Senado, a criação autoritária do posto de Vice-Presidente (da República), a humilhação da Assembleia Nacional e a sua neutralização e a famosa e embaraçadora Lei Ezzan", entre outros O MPC congratula-se igualmente com o "combate corajoso" dos quadros e responsáveis do Partido Democrático Senegalês (PDS, no poder) que "se recusam todos a apoiar publicamente ou a aprovar o 'projecto monárquico' e confessam, em privado, a sua profunda contestação e firme oposição a este projecto de sucessão dinástica".
"Isso é reconfortante e faz do famoso 'projecto' um assunto privado totalmente isolado e estritamente familiar", sentencia Gadio.
Neste seu documento de nove páginas, o antigo chefe da diplomacia senegalesa afirma ainda que o seu novo Movimento "estende uma mão fraterna" a todas as forças emergentes e existentes "para que juntos possamos explorar uma nova via (.
.
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) a da Renascença democrática, republicana, política, económica, social e cultural do Senegal".
Entre tais forças emergentes com que o MPC se solidariza, cita-se o Movimento Tekki de Mamadou Lamine Diallo, o Demain le Sénégal (Senegal Amanhã) de Mansour SY Djamil, o Movimento Cívico do empresário Bara Tall e o Fekke Maci Boole da principal estrela internacional da música senegalesa Youssou Ndour.
A estes acresce-se os líderes de formações políticas, movimentos cívicos, organizações da sociedade civil, femininas, profissionais, da juventude e de estudantes, associações do mundo rural, grupos intelectuais, organizações da família das artes, da cultura, da música bem como os quadros independentes e do sector informal, entre outros.
"Só uma tal diligência poderá conduzir a uma alternância credível, moderna e conquistadora, concebida e executada por uma ampla sinergia de todas as competências do país e uma larga coligação de todas as forças vivas da nação", sublinha Gadio.
Num extenso manifesto datado de 4 de Abril deste ano e publicado na imprensa senegalesa neste fim de semana, Gadio revela ter criado uma plataforma política denominada "Movimento Político da Cidadania (MPC)", para combater firmemente "o projecto da devolução do poder pela via monárquica".
Sem citar nomes, o texto do documento de nove páginas responsabiliza implicitamente o actual Presidente da República, Abdoulaye Wade, e o seu filho Karim pelos males políticos que o país enfrenta actualmente.
Segundo o manifesto, o Senegal, que já foi "terra africana da erudição, da sapiência, da paz, da tolerância e da concórdia", atravessa hoje "uma das mais graves crises da sua história institucional, política e social dos últimos 50 anos".
Pela primeira vez, diz o texto, "os nossos compatriotas, tomados de assalto por um descalabro socioeconómico, político e institucional sem precedente (.
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) mostram-se abertamente prontos a todas as formas de luta pela mudança - incluindo as mais extremas - para fazer face a um duplo desafio".
No entender de Gadio, este duplo desafio consiste na derrocada das instituições da governação democrática, política e económica e na descoberta de "um projecto, antes secreto e subreptício e mais tarde cada vez mais assumido e de pé, da devolução dinástica do poder na nossa República".
"Quem diria! Como pode o país africano onde os cidadãos votam desde 1848, país que gerou santos e eruditos de esplendor universal, sábios duma envergadura excepcional e líderes políticos de dimensão mundial, afundar-se numa deriva política e institucional sem igual, ou ainda, onde a incerteza política e a precariedade socioeconómica passaram a ser o prémio permanente de cidadãos vencidos por um presente doloroso e angustiado e um futuro sem futuro?, interroga-se Gadio, que foi ministro dos Negócios Estrangeiros desde a ascensão de Wade ao poder, em 2000, até 2009, aconselha o actual regime a ter em conta "esta vontade salvadora" e admitir que "a verdade precede o perdão e nunca o invesrso".
Por seu turno, a oposição é chamada a reconhecer que uma verdadeira cultura democrática de alternância pacífica, períodica e normal "deve excluir a propensão a ameaçar e a prometer o inferno aos dirigentes actuais", sob pena de instalar entre estes últimos "o medo e o recurso aos projectos de sucessão dinática como escudo de protecção pós-magistério".
No seu manifesto, Gadio promete ainda que o seu MPC vai submeter ao povo senegalês uma nova Constituição, a ser difundida em todas as línguas do país e discutida em todo o território nacional e na Diáspora, como parte das suas propostas para a renascença democrática e renovação institucional do Senegal.
Enquanto isso, saúda a acção política da Bennoo Siggil Senegaal (BSS), uma coligação dos principais partidos da oposição, no seu papel de "parceiro incontornável na reconquista e consolidação da democracia e na preservação da República do Senegal".
Saúda igualmene os "numerosos compatriotas e democratas" que, no seio da coligação presidencial, a CAP 21, "se opõem, discreta ou abertamente, ao desmantelamento das instituições do nosso país bem como ao complôt contra o nosso povo simbolizado pelo projecto de devolução dinástica do poder".
Estes numerosos compatriotas no seio da CAP 21, prossegue, "não escondem a sua repulsa e embaraço" diante de situações como "o regresso do mandato (presidencial) de sete anos, a restauração do Senado, a criação autoritária do posto de Vice-Presidente (da República), a humilhação da Assembleia Nacional e a sua neutralização e a famosa e embaraçadora Lei Ezzan", entre outros O MPC congratula-se igualmente com o "combate corajoso" dos quadros e responsáveis do Partido Democrático Senegalês (PDS, no poder) que "se recusam todos a apoiar publicamente ou a aprovar o 'projecto monárquico' e confessam, em privado, a sua profunda contestação e firme oposição a este projecto de sucessão dinástica".
"Isso é reconfortante e faz do famoso 'projecto' um assunto privado totalmente isolado e estritamente familiar", sentencia Gadio.
Neste seu documento de nove páginas, o antigo chefe da diplomacia senegalesa afirma ainda que o seu novo Movimento "estende uma mão fraterna" a todas as forças emergentes e existentes "para que juntos possamos explorar uma nova via (.
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) a da Renascença democrática, republicana, política, económica, social e cultural do Senegal".
Entre tais forças emergentes com que o MPC se solidariza, cita-se o Movimento Tekki de Mamadou Lamine Diallo, o Demain le Sénégal (Senegal Amanhã) de Mansour SY Djamil, o Movimento Cívico do empresário Bara Tall e o Fekke Maci Boole da principal estrela internacional da música senegalesa Youssou Ndour.
A estes acresce-se os líderes de formações políticas, movimentos cívicos, organizações da sociedade civil, femininas, profissionais, da juventude e de estudantes, associações do mundo rural, grupos intelectuais, organizações da família das artes, da cultura, da música bem como os quadros independentes e do sector informal, entre outros.
"Só uma tal diligência poderá conduzir a uma alternância credível, moderna e conquistadora, concebida e executada por uma ampla sinergia de todas as competências do país e uma larga coligação de todas as forças vivas da nação", sublinha Gadio.