Agência Panafricana de Notícias

Angola regista progressos na condução do Processo de Kimberley, diz responsável

Luanda, Angola (PANA) - A presidência de Angola no Processo Kimberley (PK) tem dado passos significativos, devido aos esforços diplomáticos que se desenvolvem todos dias e ao respeito que a comunidade internacional tem por Angola, afirmou, em Luanda, o presidente da referida instituição, Bernardo Campos.

Estes esforços levaram a que a presidência de Angola no PK conseguisse, com a sua desenvoltura, desenvolver várias ações e desbloquear algumas questões que, algum tempo atrás, pareciam ser intransponíveis, declarou Bernardo Campos, ao apresentar os resultados das atividades desenvolvidas pela presidência de Angola nesta estrutura internacional.

Angola conseguiu pôr fim ao embargo sobre os diamantes da República Centroafricana (RCA), desbloquear a questão da vice–presidência que se encontrava num impasse entre a Austrália e os Emirados Árabes Unidos, e fazer com que a Venezuela regressasse à família diamantífera, depois de uma ausência de seis anos, disse.

Para além destas conquistas obtidas, no plano diplomático, ele disse haver também um forte engajamento de Angola no campo material e técnico que permitiu o envio de equipas competentes à Venezuela e à RCA, que finalmente convenceram a comunidade internacional a apoiar os esforços de Angola.

Foi feita a votação da declaração administrativa escrita para a retomada das exportações de diamantes da RCA, à luz das recomendações do PK saídas da reunião de intercessão de Luanda.

De acordo com Bernardo Campos, esta decisão foi votada favoravelmente por escrito pela maioria dos países participantes, o que aumentou a credibilidade de Angola e da comunidade internacional quanto aos esforços desenvolvidos em prol da paz e estabilidade, do desenvolvimento económico e social daquele país.

Afirmou que, neste momento, decorrem os preparativos relativos ao início das exportações pós-embargo, abrangendo, numa primeira etapa, diamantes produzidos antes do conflito, depois seguem as chamadas "zonas verdes".

Por outro lado, a presidência mantém o seu firme engajamento na prestação de assistência técnica à República de Moçambique enquanto candidato a membro do PK, bem como à Venezuela que, nesta semana, manifestou, por escrito, o seu firme engajamento para reintegrar o clube, revelou.

A presidência de Angola, desde janeiro de 2015, acompanhou a manutenção da Rússia na primeira posição, enquanto produtor, e o Botswana em segundo lugar, cabendo a Angola o sexto lugar, como produtor, e o quarto em termos de valor.

Em 2014, a produção de diamantes atingiu os 134 milhões de quilates, equivalentes a 54 biliões de dólares americanos.

A todo este trabalho realizado pela presidência de Angola no PK, juntam-se visitas de revisão efetuadas à Côte d'Ivoire, à RCA, à Swazilândia e União Europeia, ao mesmo tempo que estão em preparação também visitas aos Emirados Árabes Unidos, à Arménia e à República do Congo, em outubro próximo.

O Processo Kimberley, que congrega 82 países, é um sistema de certificação internacional que regula o comércio de diamantes em bruto, impedindo o fluxo de diamantes das zonas conflituosas e de guerra.

-0- PANA DD/DD 25set2015