Luanda, Angola (PANA) - O ministro angolano das Relações Exteriores, TéteAntónio, reconheceu os esforços das autoridades congolesas e rwandesas pela colaboração com vista à paz na Região dos Grandes Lagos, em particular no leste congolês, soube a PANA de fonte oficial.
O diplomata angolano teceu estas considerações quando lançava, terça-feira última, em Goma, a capital da província congolesa de Kivu-Norte (leste), o Mecanismo de Verificação Ad-Hoc Reforçado, um sistema de monitorização e verificação do cumprimento do cessar-fogo entre a RDC e o Rwanda.
Téte António lembrou que o mandato deste órgão é fundamental para a busca de uma solução pacífica e duradoira dum conflito que, há anos, assola a região dos Grandes Lagos, em particular a província em causa.
O chefe da diplomacia angolana lembrou, ainda, que o mandato do Presidente de Angola, João Lourenço (medianeiro nesta crise), decorre da 16.ª Cimeira Extraordinária da União Africana (UA) realizada em maio de 2022, visando facilitar o diálogo e a normalização das relações político-diplomáticas e de segurança entre os dois países.
O governante lembrou, também, que, no mesmo ano, foi aprovado o Roteiro da CIRGL (Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos) sobre o Processo de Pacificação da Região Leste da RDC, ao abrigo do qual foi estabelecido o Mecanismo de verificação Ad-Hoc.
Téte António falou do reforço do mecanismo com a inclusão de mais membros e oficiais de ligação dos três países (incluindo Angola), solicitando engajamento, trabalho de equipa e solidariedade mútua “para que se possa materializar as aspirações de uma região dos Grandes Lagos livre de conflitos.”
Este Mecanismo, liderado pela República de Angola, na qualidade de facilitador, tem uma composição tripartida e integra oficiais de ligação da RDC e do Rwanda, ou seja, um efetivo de 24 peritos, entre os quais 18 de nacionalidade angolana, três da RDC e outros tantos da República do Rwanda, segundo o governante angolano.
A seu ver, a missão do Mecanismo de Verificação Ad-Hoc Reforçado reveste-se de um carácter fundamental na medida em que as suas atividades deverão contribuir para o reforço da criação de um clima de confiança entre os dois países e, particularmente, entre as comunidades fronteiriças, com vista a relações harmoniosas.
Afirmou que o órgão tem como tarefa prioritária instalar-se com a totalidade dos seus membros o mais rapidamente possível, para que se torne operacional e seja capaz de cumprir com o seu mandato, com particular destaque para a urgente monitorização da observância do cessar-fogo, bem como a supervisão da implementação do Plano Harmonizado de Neutralização das FDLR (Forças Democráticas de Libertação do Rwanda, rebelião) e do Desengajamento das Forças e do Levantamento das Medidas Defensivas do Rwanda.
Esta tarefa é norteada pelo Conceito de Operações (CONOPS) que deverá ser considerado durante um reunião ministerial prevista para 16 de novembro corrente em Luanda, a cidade capital angolana.
Presenciaram a cerimónia Suas Thérèse Kayikwamba Wagner, ministra de Estado, ministra dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e Francofonia da RDC, e Olivier J.P. Nduhungirehe, ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional do Rwanda, entre outras personalidades.
-0- PANA JA/DD 7nov2024