Agência Panafricana de Notícias

Angola oposta à intervenção militar na Síria

Nova Iorque, Nações Unidas (PANA) - Angola defende uma solução diplomática para o conflito na Síria e "não apoiaria o uso da força", declarou quinta-feira, em Nova Iorque (Estados Unidos), o ministro angolano das Relações Exteriores, Georges Chikoti.

Falando à imprensa à margem dos trabalhos da 68ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas aberta terça-feira, o governante realçou que o país é a favor de uma solução diplomática no quadro da ONU porque, disse, não se sabe "quem terá usado as armas químicas".

“Achamos que há possibilidade de uma solução diplomática sobre este assunto”, sublinhou,
admitindo haver igualmente a possibilidade de uma "resolução equilibrada" da ONU que possa facilitar a Síria a entregar o seu armamento químico.

Alertou para o facto de na Síria não se saber bem quem são os rebeldes, compostos por várias forças, quando, do outro lado, "está o Governo devidamente identificado".

“Gostaríamos que a Síria não entrasse numa crise, eventualmente, pior do que a atual, devendo-se para tal criar uma situação de equilíbrio que permitisse uma transição pacífica”, insitiu o chefe da diplomacia angolana citado pela Agência Angola Press (Angop).

Chikoti disse acreditar que a questão da Síria não vai ser tratada na 68ª sessão da Assembleia Geral da ONU, embora os países desenvolvidos pretendam incluir esse tema na agenda.

Segundo ele, o próprio relatório do Secretário-Geral da ONU sobre a Síria "não diz claramente quem terá usado as armas químicas", pelo que a maior parte dos países pretendem "que se trabalhe com cuidado e que se faça uma resolução que não penalize o Governo sírio".

Georges Chikoti encontra-se em Nova Iorque para integrar a delegação angolana à 68ª sessão da Assembleia Geral da ONU chefiada pelo Vice-Presidente da República, Manuel Vicente.

O encontro a decorrer até 4 de outubro próximo sob o lema “Agenda de desenvolvimento pós-2015: definição do percurso” vai debruçar-se sobre as principais questões da agenda internacional, tais como a desertificação, a degradação do solo, e a seca no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza, entre outros temas.

Vai também analisar a questão da resolução pacífica de conflitos, a reconstrução e o fortalecimento dos Estados frágeis e em situação de pós-conflito, o desarmamento e a tão esperada reforma do sistema das Nações Unidas.

Muitas vezes adiada por divergências entre os Estados-membros mais influentes da ONU, a reforma do sistema onusino visa principalmente democratizar o seu Conselho de Segurança, revitalizar a Assembleia Geral e reafirmar o papel central da ONU na governação global.

Os Estados-membros deverão ainda examinar o estado de implementação dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), a agenda de desenvolvimento pós-2015, a segurança alimentar mundial, o desarmamento nuclear e a migração internacional.

Os ODM constituem um compromisso assumido, em setembro de 2000, por 189 Estados-membros da ONU para erradicar a pobreza extrema, a fome e o analfabetismo no mundo, promover a igualdade entre os sexos, o empoderamento das mulheres, a saúde materno-infantil, a sustentabilidade ambiental e o combate ao HIV/Sida, malária e outras doenças.

-0- PANA IZ 20set2013