Agência Panafricana de Notícias

Angola moderniza segurança fronteiriça para combater imigração ilegal

Luanda, Angola (PANA) – Angola está a implementar ações para instalar meios modernos e sofisticados de segurança das suas fronteiras para melhorar o combate à imigração clandestina, soube-se segunda-feira de fonte policial.

De acordo com o comandante da Polícia de Guarda Fronteira, comissário-chefe António Pedro Kandela, o atual sistema de segurança fronteiriça “ainda é débil devido à falta de meios adequados para a sua proteção”

“Estão em curso ações para a instalação de meios modernos e sofisticados para garantir a segurança da fronteira angolana, numa cooperação com a Rússia”, revelou Pedro Kandela, numa entrevista ao Jornal de Angola publicada na sua edição desta segunda-feira.

Segundo ele, o país precisa de meios rolantes e aquáticos, entre outros, para o patrulhamento dos seus cinco mil 188 quilómetros de fronteira terrestre e mil 650 outros da orla marítima.

Denunciou a existência de grupos organizados de cidadãos nacionais e estrangeiros que auxiliam a imigração ilegal, nomeadamente através das províncias fronteiriças de Cabinda, Zaire, Lunda-Norte e Cunene, visando exercer atividade comercial.

Kandela disse existirem, na República Democrática do Congo (RDC) e no Congo-Brazzaville, “comités de angariação de estrangeiros que são submetidos à aprendizagem básica da língua portuguesa” e das línguas nacionais.

“Estudam a geografia do país, os hábitos e costumes do bairro ou município onde se vão alojar, os hábitos alimentares e as línguas nacionais. Estes grupos, em coordenação com os comités de receção no país (…) recebem os estrangeiros nos pontos combinados e dão-lhes alojamento”, revelou.

Entre os casos mais preocupantes citou a entrada ilegal de estrangeiros pela Lunda-Norte, na fronteira com a RDC, para se dedicarem, entre outras atividades, ao garimpo de diamantes, bem como a fuga ao fisco no Cunene, fronteiriço com a Namíbia.

“Outros até se envolvem no tráfico de drogas. Muitos introduzem seitas religiosas não reconhecidas pelo Estado angolano”, acrescentou, justificando que o combate a essas práticas exige o auxílio de outras forças, como o Serviço de Migração e Estrangeiros (SME), a Polícia Fiscal e as Forças Armadas Angolanas (FAA).

-0- PANA IZ 26ago2013