Angola lança centro integrado de segurança pública
Luanda, Angola (PANA) – Angola conta, desde esta segunda-feira, com o seu primeiro Centro Integrado de Segurança Pública (CISP), uma plataforma tecnológica de identificação pessoal e monitorização de espaços públicos por videovigilância.
Inaugurado, em Luanda, pelo Presidente João Lourenço, o sistema integrado de gestão das operações e de resposta a incidentes visa, entre outros, assegurar a troca efetiva de informações entre as forças policiais e outros órgãos estratégicos de segurança de todo o país.
Com 719 câmaras de videovigilância instaladas, em Luanda, e conectadas em tempo real, a plataforma vai permitir responder, em tempo útil, às solicitações dos cidadãos em caso de alteração da ordem pública e de catástrofes.
O objetivo principal é ajudar os órgãos de defesa e segurança ou policiais, incluindo os serviços de trânsito, bombeiros e emergências médicas, a responderem com mais eficácia às ações de manutenção e preservação da ordem pública e de situações de sinistralidade.
Um dos acessos a essa plataforma será feito através do terminal telefónico de emergência 111 e 112, que receberão ligações dos diferentes pontos do país e da região da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral).
A par da unidade central, instalada na Avenida Hochi Minh, em Luanda, numa área de cerca de oito mil metros quadrados, o projeto inclui 16 centros provinciais em construção e financiado por uma linha de crédito da China.
A ligação da unidade central, em Luanda, com os centros provinciais será feita por redes de fibra óptica, comunicação via satélite e micro-ondas.
O funcionamento do sistema integrado de segurança pública será assegurado também com recurso a aeronaves de patrulha fronteiriça bem como veículos de comando e de comunicação, entre outros aparelhos de ponta, que vão facilitar a cartografia das cidades e o patrulhamento terrestre e marítimo.
A construção do CISP iniciou-se em agosto de 2017 e o centro começou a funcionar, a título experimental, em junho deste ano (2019), estando atualmente disponível integralmente.
A sua entrada em funcionamento marca uma nova era de abordagem nas políticas de segurança interna em Angola, “emprestando qualidade, eficiência e eficácia”, declarou o ministro do Interior, Eugénio Laborinho, na cerimónia de inauguração.
Labourinho disse estar convicto de que, com a entrada em funcionamento “deste sofisticado centro”, com cerca de 700 especialistas formados dentro e fora do país, o sistema de segurança pública em Angola “jamais será o mesmo”.
Disse contudo que o êxito dessa estrutura pioneira de segurança pública no país vai requerer do Estado angolano esforço suplementar para manter as suas condições de funcionamento.
Por isso, solicitou autonomia administrativa e financeira para o Centro, para que este possa ser capaz de “superar com celeridade os constrangimentos decorrentes das exigências de estruturas dessa natureza”.
Com a sua a concretização, explicou, este sistema pioneiro no país “vai impulsionar a segurança com muitas valências, nomeadamente, a identificação de eventuais suspeitos, supervisionar infraestruturas estratégicas, cadastramento cartográfico em tempo real, rastreamento e identificação de veículos e controlo de tráfego rodoviário”.
“O centro tem muitas valências para a coordenação, em tempo real, de diferentes instituições públicas e privadas para a resolução rápida e eficaz dos problemas de segurança que impactam diretamente a vida do cidadão”, indicou o ministro.
Adiantou que a estrutura tem ainda vantagens na integração com as bases de dados de serviço e órgãos públicos, com ênfase para identificação civil e criminal, migração, gestão de eventos desportivos, culturais, religiosos e políticos através de veículos não tripulados (drones).
O Centro está equipado com uma componente tecnológica que permite coordenar ações de prevenção e socorro com diferentes estruturas móveis e fixas, com meios técnicos incorporados para responder a qualquer solicitação.
As 719 câmaras de segurança instaladas permitirão, entre outros, o rastreio de viaturas, o reconhecimento facial bem como a gestão ou o monitoramento de infraestruturas críticas.
-0- PANA IZ 30dez2019