Angola formaliza candidatura à Franconfonia
Luanda, Angola (PANA) - Angola formalizou a sua candidatura a membro observador da Organização Internacional da Francofonia (OIF), revelou esta quinta-feira a agência angolana de notícias (Angop).
Segundo a mesma fonte, o pedido formal para a adesão de Angola à OIF foi entregue quarta-feira, em Paris, pelo ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, à diretora-geral da OIF, Louise Mushikiwabo.
Na ocasião, o chefe da diplomacia angolana afirmou que este ato materializa um desejo expresso publicamente pelo Presidente da República, João Lourenço, depois de constatar que Angola possui relações privilegiadas com países francófonos.
A adesão à OIF permitirá ainda reforçar a integração de Angola com os países vizinhos, em particular, e com a comunidade francófona, no geral, bem como responder também ao objetivo estratégico da sua inserção no concerto das nações, disse.
A intenção de Angola aderir à OIF foi anunciada pelo Presidente João Lourenço, em maio de 2018, durante um encontro, em Paris, com o seu homólogo francês, Emmanuel Macron, no âmbito da sua primeira visita oficial a França.
Na altura, João Lourenço explicou o interesse de Angola ser membro (observador ou de pleno direito) da OIF "pela vontade de estreitar cada vez mais as nossas relações e pelo importante papel que esta organização joga no mundo, mas muito em particular no nosso continente, em África".
Em resposta, o Presidente Emmanuel Macron exprimiu o seu apoio e agradeceu a decisão de Angola para ter "um papel acrescido na Francofonia", e manifestou a esperança de que o país "possa ter o seu lugar pleno".
Com a formalização do seu pedido de adesão, nesta quarta-feira, em Paris, Angola pode ser admitida na Francofonia, em 2020, durante a 18ª cimeira de chefes de Estado e de Governo deste bloco comunitário, a realizar-se na capital tunisina, Túnis.
Segundo o embaixador de França, em Luanda, Sylvain Itté, a entrada de Angola na organização francófona podia ter ocorrido já, em 2018, durante a última cimeira da OIF, em Erevã, na Arménia, mas a decisão das autoridades angolanas chegou depois da data limite para o depósito das candidaturas.
Em declarações à imprensa, em julho do ano passado, por ocasião da Festa Nacional de França, Itté disse ser “um grande prazer” saber que Angola também vai juntar-se à OIF.
No seu entender, Angola "é o único dos países lusófonos de África que não é membro da Francofonia", uma vez que Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe são todos membros de pleno direito da OIF, enquanto que Moçambique é membro observador.
"Ao mesmo tempo, Angola é sem dúvida o país mais francófono dos países não francófonos de África. É o país mais francófono de África fora dos francófonos", reforçou, notando que "havia alguma coisa que não encaixava ter um país tão importante como Angola que não pertence à família francófona”.
Exemplificou que o norte do país “tem uma dupla cultura linguística (…), os seus habitantes muitas vezes falam francês, que faz parte também da sua cultura e da sua história”.
“Por isso, para mim, é realmente um grande prazer saber que Angola vai, finalmente, poder participar na Francofonia (…) e trazer a sua história, a sua cultura, a sua particularidade cultural", concluiu.
-0- PANA IZ 16maio2019