PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Angola desmente envio de soldados à Côte d'Ivoire
Luanda, Angola (PANA) - O Governo angolano desmentiu a presença de mercenários ou de soldados do seu país na Côte d'Ivoire, onde se regista uma crise politico-militar após a proclamação da vitória do Presidente cessante, Laurent Gbagbo, e do seu opositor, Alassane Ouattara, nas eleições presidenciais de 28 de Novembro passado, soube-se de fonte oficial em Luanda.
Num comunicado publicado em Luanda no fim-de-semana, o Governo considera que estas « falsas notícias se inscrevem na habitual estratégia de interferência externa nos assuntos do continente, visando denegrir os seus líderes e instituições e manipular uma vez mais a opinião pública para justificar a inevitabilidade da guerra ».
Deplorou o facto de, neste momento, potências externas ao continente estarem a instar outros países africanos da sub-região a precipitarem a guerra como forma de solução de um problema que pode e deve ser resolvido pacificamente.
O Executivo do Presidente José Eduardo dos Santos indica que « a crise na Côte d'Ivoire se trata de um assunto africano, pelo que cabe aos africanos tomarem a liderança no seu tratamento » e apelou à União Africana « a assumir a responsabilidade desta liderança para evitar que o presente conflito resvale irreversivelmente para uma catástrofe humana, utilizando todos os investimentos à sua disposição".
Diz continuar a acompanhar, com grande preocupação, o desenvolvimento da crise pós-eleitoral na Côte d'Ivoire, que corre o risco de desembocar num conflito de consequências imprevisíveis, suscetíveis de pôr em causa a estabilidade na África Ocidental.
Sublinhou o facto de a África Ocidental ser frágil, com processos de estabilização em curso em vários países onde os sistemas democráticos são recentes, depois de longas guerras que marcaram tragicamente a sub-região, nomeadamente na Libéria, na Serra Leoa, na Guiné, na Guiné-Bissau e no Níger.
Segundo o comunicado, o Governo angolano diz que essa preocupação se torna maior quando se avizinham novos processos eleitorais que podem vir a ser afetados pela situação na Côte d'Ivoire e assim criarem-se novas tragédias no continente.
Refere que o Executivo angolano constata com muita apreensão o facto de todas as medidas tomadas até aqui, pela comunidade internacional, estarem a empurrar a Côte d'Ivoire irremediavelmente para a guerra.
Aponta que a celeridade com que este processo degenerativo está a decorrer é apenas um indício das graves anomalias e dos fatores que antes, durante e depois das eleições contribuíram e continuam a afetar negativamente a situação crítica prevalecente no país.
Considera "estranho que no prazo de cinco dias tenham sido tomadas internacionalmente as medidas radicais e extremas que conhecemos, sem que, em primeiro lugar, todas as reclamações do próprio pleito eleitoral tenham sido atendidas e devidamente aferidas, de modo a não apenas se apurar o vencedor de forma inequívoca, mas também dissuadir qualquer contestação e, em segundo lugar, sem que tenham sido minimanente utilizadas as vias de resolução pacífica do diferendo, através do diálogo e negociação, conforme as normas universalmente aceites nestes casos".
No comunicado, o Governo angolano indicou que tem sido contatado por diversas entidades e países no sentido do seu envolvimento numa eventual mediação, com vista à busca duma solução para a crise na Côte d'Ivoire e defendeu "uma solução pacífica e negociada do conflito ivoriense".
Na sexta-feira, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) ameaçou recorrer à força para tirar Laurent Gbagbo do poder e permitir a Alassane Ouattara, reconhecido pela comunidade internacional vencedor das presidenciais de 28 de Novembro último, dirigir com o seu Governo.
-0- PANA TON/TON 26Dez2010
Num comunicado publicado em Luanda no fim-de-semana, o Governo considera que estas « falsas notícias se inscrevem na habitual estratégia de interferência externa nos assuntos do continente, visando denegrir os seus líderes e instituições e manipular uma vez mais a opinião pública para justificar a inevitabilidade da guerra ».
Deplorou o facto de, neste momento, potências externas ao continente estarem a instar outros países africanos da sub-região a precipitarem a guerra como forma de solução de um problema que pode e deve ser resolvido pacificamente.
O Executivo do Presidente José Eduardo dos Santos indica que « a crise na Côte d'Ivoire se trata de um assunto africano, pelo que cabe aos africanos tomarem a liderança no seu tratamento » e apelou à União Africana « a assumir a responsabilidade desta liderança para evitar que o presente conflito resvale irreversivelmente para uma catástrofe humana, utilizando todos os investimentos à sua disposição".
Diz continuar a acompanhar, com grande preocupação, o desenvolvimento da crise pós-eleitoral na Côte d'Ivoire, que corre o risco de desembocar num conflito de consequências imprevisíveis, suscetíveis de pôr em causa a estabilidade na África Ocidental.
Sublinhou o facto de a África Ocidental ser frágil, com processos de estabilização em curso em vários países onde os sistemas democráticos são recentes, depois de longas guerras que marcaram tragicamente a sub-região, nomeadamente na Libéria, na Serra Leoa, na Guiné, na Guiné-Bissau e no Níger.
Segundo o comunicado, o Governo angolano diz que essa preocupação se torna maior quando se avizinham novos processos eleitorais que podem vir a ser afetados pela situação na Côte d'Ivoire e assim criarem-se novas tragédias no continente.
Refere que o Executivo angolano constata com muita apreensão o facto de todas as medidas tomadas até aqui, pela comunidade internacional, estarem a empurrar a Côte d'Ivoire irremediavelmente para a guerra.
Aponta que a celeridade com que este processo degenerativo está a decorrer é apenas um indício das graves anomalias e dos fatores que antes, durante e depois das eleições contribuíram e continuam a afetar negativamente a situação crítica prevalecente no país.
Considera "estranho que no prazo de cinco dias tenham sido tomadas internacionalmente as medidas radicais e extremas que conhecemos, sem que, em primeiro lugar, todas as reclamações do próprio pleito eleitoral tenham sido atendidas e devidamente aferidas, de modo a não apenas se apurar o vencedor de forma inequívoca, mas também dissuadir qualquer contestação e, em segundo lugar, sem que tenham sido minimanente utilizadas as vias de resolução pacífica do diferendo, através do diálogo e negociação, conforme as normas universalmente aceites nestes casos".
No comunicado, o Governo angolano indicou que tem sido contatado por diversas entidades e países no sentido do seu envolvimento numa eventual mediação, com vista à busca duma solução para a crise na Côte d'Ivoire e defendeu "uma solução pacífica e negociada do conflito ivoriense".
Na sexta-feira, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) ameaçou recorrer à força para tirar Laurent Gbagbo do poder e permitir a Alassane Ouattara, reconhecido pela comunidade internacional vencedor das presidenciais de 28 de Novembro último, dirigir com o seu Governo.
-0- PANA TON/TON 26Dez2010