PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Angola convida CPLP a definir escopo de colaboração realista
Ilha do Sal, Cabo Verde (PANA) – O chefe de Estado angolano, João Lourenço, convidou a CPLP a definir um “escopo de colaboração realista", mas sem desrespeitar as regras internas de funcionamento dos seus Estados-membros.
João Lourenço discursava na abertura da XII cimeira ordinária de chefes de Estado e de Governo da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), realizadas de 17 a 18 de julho corrente, na ilha cabo-verdiana do Sal.
Ele lembrou que cada um dos países-membros da organização criada há 22 anos está inserido em zona de integração regional em África, na Europa, na América Latina ou na Ásia.
Esta situação, disse, permite potenciar a cooperação económica dos países-membros, aproveitando as grandes potencialidades que cada mercado oferece em benefício dos demais.
“Apesar de os nossos países poderem colaborar com outras organizações, é importante que a CPLP defina um escopo de colaboração realista, de modo a não alargar o âmbito da sua ação, devendo sempre agir no estrito respeito das regras internas de funcionamento dos Estados que a integram”, disse.
De acordo com o estadista angolano, o propósito original da criação da CPLP é empreender ações comuns em prol da promoção da língua portuguesa, do estreitamento das relações culturais e de “uma mais ampla abertura no intercâmbio existente entre os nossos respetivos povos, ligados por seculares laços históricos”.
Trata-se de uma organização com caraterísticas próprias, cujos Estados-membros se encontram nos quatro continentes, com destaque para o africano que tem uma maioria significativa deles, disse.
A este propósito, informou que o Executivo angolano estabeleceu a cooperação económica e diversificação da economia como uma das suas prioridades, visando reduzir o peso do setor petrolífero.
“Vimos dando passos decisivos no caminho da abertura do mercado angolano, de modo a torná-lo mais atrativo para o investimento estrangeiro, melhorando claramente o ambiente de negócios.
Para João Lourenço, “não obstante as distâncias geográficas que nos separam estamos interessados em que a cooperação já existente entre os nossos países se reforce, e que possamos criar entre nós sinergias que nos capacitem a dar resposta adequada às necessidades mais prementes dos nossos respetivos povos”.
Considerou que o crescente número de países interessados por aderir à CPLP, como membros efetivos ou observadores, traduz o “reconhecimento da importância e projeção da nossa organização”, que leva a uma “reflexão profunda sobre o que pretendemos para o seu futuro”.
Lamentou que, apesar dos vários acordos assinados para facilitar ou suprimir os vistos de entrada, persistem “algumas dificuldades, devido sobretudo ao facto de cada país estar integrado em outras organizações regionais ou continentais e com regras diferentes”.
Segundo Lourenço, Angola já deu os primeiros passos para facilitar a circulação no espaço comunitário, com a supressão dos vistos em passaportes ordinários com Cabo Verde e Moçambique, e a simplificação da sua aquisição para os cidadãos dos restantes Estados-membros da CPLP.
Ao mesmo tempo, manifestou-se preocupado pela persistência de tensões em alguns Estados-membros da CPLP, apesar dos esforços feitos por todos para promover a paz e a estabilidade política, superar as dificuldades sociais e económicas e perspetivar o desenvolvimento sustentado dos países-membros.
Citou, por exemplo, a situação na Guiné-Bissau, sobre a qual manifestou-se contudo confiante de que os últimos desenvolvimentos no terreno “vão contribuir para se atingir a estabilidade plena”.
O Presidente João Lourenço referia-se, nomeadamente, aos últimos passos dados com a nomeação de um novo primeiro-ministro de consenso e a constituição de um Governo inclusivo, assim como o anúncio de eleições legislativas para novembro deste ano.
Trata-se, segundo ele, de resultantes dos Acordos de Conakry e das recomendações da cimeira dos chefes de Estados da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental).
Também mencionou Moçambique como outro caso que deve merecer a atenção e a solidariedade da CPLP, depois de o país voltar a experimentar, desde outubro passado, ”momentos de grande inquietação e insegurança, com os ataques terroristas de grupos armados não identificados”.
“Condenamos com veemência esses ataques que provocam a perda de vidas humanas e afetam a consolidação do processo de normalização da vida política, económica e social desse país irmão”, declarou o Presidente angolano.
Por outro lado, disse esperar que o Brasil consiga reencontrar “os caminhos que o levem a reassumir o seu inegável papel de uma das principais economias mundiais”.
“São fortes os laços que nos unem e os valores que nos identificam no contexto do atual mundo globalizado”, sentenciou, observando que estes laços “serão cada vez mais fortes ainda, porque nos comprometemos a ser solidários entre nós, a respeitar a Soberania e a Independência de cada um, a respeitar os Acordos e Tratados Internacionais que regem as sãs relações entre os nossos Estados”.
-0- PANA IZ 20julho2018
João Lourenço discursava na abertura da XII cimeira ordinária de chefes de Estado e de Governo da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), realizadas de 17 a 18 de julho corrente, na ilha cabo-verdiana do Sal.
Ele lembrou que cada um dos países-membros da organização criada há 22 anos está inserido em zona de integração regional em África, na Europa, na América Latina ou na Ásia.
Esta situação, disse, permite potenciar a cooperação económica dos países-membros, aproveitando as grandes potencialidades que cada mercado oferece em benefício dos demais.
“Apesar de os nossos países poderem colaborar com outras organizações, é importante que a CPLP defina um escopo de colaboração realista, de modo a não alargar o âmbito da sua ação, devendo sempre agir no estrito respeito das regras internas de funcionamento dos Estados que a integram”, disse.
De acordo com o estadista angolano, o propósito original da criação da CPLP é empreender ações comuns em prol da promoção da língua portuguesa, do estreitamento das relações culturais e de “uma mais ampla abertura no intercâmbio existente entre os nossos respetivos povos, ligados por seculares laços históricos”.
Trata-se de uma organização com caraterísticas próprias, cujos Estados-membros se encontram nos quatro continentes, com destaque para o africano que tem uma maioria significativa deles, disse.
A este propósito, informou que o Executivo angolano estabeleceu a cooperação económica e diversificação da economia como uma das suas prioridades, visando reduzir o peso do setor petrolífero.
“Vimos dando passos decisivos no caminho da abertura do mercado angolano, de modo a torná-lo mais atrativo para o investimento estrangeiro, melhorando claramente o ambiente de negócios.
Para João Lourenço, “não obstante as distâncias geográficas que nos separam estamos interessados em que a cooperação já existente entre os nossos países se reforce, e que possamos criar entre nós sinergias que nos capacitem a dar resposta adequada às necessidades mais prementes dos nossos respetivos povos”.
Considerou que o crescente número de países interessados por aderir à CPLP, como membros efetivos ou observadores, traduz o “reconhecimento da importância e projeção da nossa organização”, que leva a uma “reflexão profunda sobre o que pretendemos para o seu futuro”.
Lamentou que, apesar dos vários acordos assinados para facilitar ou suprimir os vistos de entrada, persistem “algumas dificuldades, devido sobretudo ao facto de cada país estar integrado em outras organizações regionais ou continentais e com regras diferentes”.
Segundo Lourenço, Angola já deu os primeiros passos para facilitar a circulação no espaço comunitário, com a supressão dos vistos em passaportes ordinários com Cabo Verde e Moçambique, e a simplificação da sua aquisição para os cidadãos dos restantes Estados-membros da CPLP.
Ao mesmo tempo, manifestou-se preocupado pela persistência de tensões em alguns Estados-membros da CPLP, apesar dos esforços feitos por todos para promover a paz e a estabilidade política, superar as dificuldades sociais e económicas e perspetivar o desenvolvimento sustentado dos países-membros.
Citou, por exemplo, a situação na Guiné-Bissau, sobre a qual manifestou-se contudo confiante de que os últimos desenvolvimentos no terreno “vão contribuir para se atingir a estabilidade plena”.
O Presidente João Lourenço referia-se, nomeadamente, aos últimos passos dados com a nomeação de um novo primeiro-ministro de consenso e a constituição de um Governo inclusivo, assim como o anúncio de eleições legislativas para novembro deste ano.
Trata-se, segundo ele, de resultantes dos Acordos de Conakry e das recomendações da cimeira dos chefes de Estados da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental).
Também mencionou Moçambique como outro caso que deve merecer a atenção e a solidariedade da CPLP, depois de o país voltar a experimentar, desde outubro passado, ”momentos de grande inquietação e insegurança, com os ataques terroristas de grupos armados não identificados”.
“Condenamos com veemência esses ataques que provocam a perda de vidas humanas e afetam a consolidação do processo de normalização da vida política, económica e social desse país irmão”, declarou o Presidente angolano.
Por outro lado, disse esperar que o Brasil consiga reencontrar “os caminhos que o levem a reassumir o seu inegável papel de uma das principais economias mundiais”.
“São fortes os laços que nos unem e os valores que nos identificam no contexto do atual mundo globalizado”, sentenciou, observando que estes laços “serão cada vez mais fortes ainda, porque nos comprometemos a ser solidários entre nós, a respeitar a Soberania e a Independência de cada um, a respeitar os Acordos e Tratados Internacionais que regem as sãs relações entre os nossos Estados”.
-0- PANA IZ 20julho2018