Agência Panafricana de Notícias

Angola conserva presidência da Conferência Internacional dos Grandes Lagos

Luanda, Angola (PANA) - Angola aceitou continuar a presidir à Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL) para, a pedido dos Estados-membros, cumprir um novo mandato até 2018, confirmou terça-feira o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.

Falando na abertura da VI cimeira da CIRGL, realizada em Luanda, Eduardo dos Santos disse que a organização apresenta "um balanço positivo" na gestão dos conflitos e diferendos na região.

Segundo ele, sendo esta região parte de África e da comunidade internacional, as dificuldades que afetam o mundo atual têm "uma enorme influência na situação de todos os nossos Estados e tornam ainda mais complexa a abordagem dos problemas regionais e sub-regionais".

Mesmo assim, disse, foi possível conter o agravamento antes verificado, levar a cabo iniciativas e mobilizar sinergias em torno da necessidade da reconquista e da preservação da paz e da estabilidade, como condição indispensável para o progresso da região no seu todo e de cada um dos países que a integram.

"Durante o mandato que termina agora, foi possível, com a colaboração de todos os Estados- membros, neutralizar alguns focos de instabilidade que duravam desde 1994, por ocasião da criação desta organização regional", salientou o chefe de Estado angolano.

Por isso, disse, Angola agradece, em nome da organização, à comunidade internacional, em particular à França, "cuja ação permitiu ajudar a estabilizar a República Centroafricana (RCA)".

Dos Santos agradeceu igualmente aos países africanos que, em nome da União Africana (UA), enviaram forças de paz para a RCA, e à União Europeia (UE), que enviou uma força de paz para o mesmo efeito, bem como aos Estados Unidos, "por todo o apoio diplomático prestado".

Ele disse que os agradecimentos de Angola vão também para as Nações Unidas, pelos meios disponibilizados para o funcionamento de todas as suas missões de paz na Região dos Grandes Lagos, bem como a África do Sul, em particular, pelo apoio e solidariedade dispensados na pessoa do seu Presidente Jacob Zuma.

"Na realidade, é este quadro de concertação que, além de mobilizar a vontade política para tratamento das questões da paz e de segurança, tornou possível também reunir condições para organizarmos o Fórum Económico e de Investimento na Região dos Grandes Lagos, que teve lugar no mês de fevereiro deste ano na República Democrática do Congo (RDC)", lembrou.

No seu entender, este evento lançou as bases para se perspetivar e equacionar projetos concretos de cooperação e de desenvolvimento económico-social nos países da Região.

"Isso exige a consolidação de um clima de negócios favorável, o que só será possível havendo previsibilidade política e económica, confiança e certeza na paz, na estabilidade social e na segurança coletiva e institucional, como a história nos tem ensinado e os acontecimentos dos últimos anos no mundo o confirmam", indicou.

Neste contexto, pediu a intensificação do diálogo para a paz no Burundi, "para que se ultrapasse o impasse criado pelo conflito pós-eleitoral e se respeite o poder legalmente instituído", destacando ser também importante "promover a boa vizinhança e a segurança recíproca ao longo da fronteira comum entre o Burundi e os países vizinhos".

Na ocasião, o Presidente Dos Santos felicitou ainda o líder da RDC, Joseph Kabila, "pela forma como está a implementar as decisões da cimeira sobre a FDLR" e fez votos de êxito na condução do diálogo para a reconciliação e a consolidação da democracia.

"Felicito finalmente os dirigentes do Sudão do Sul pelos êxitos alcançados no diálogo, no restabelecimento da paz e na formação do Governo de União Nacional", disse.

Por outro lado, felicitou Catherine Samba-Panza, ex-Presidente de Transição na RCA, "pela conclusão bem sucedida do processo de paz e do processo eleitoral no seu país, de que resultou na eleição do Presidente da República, do Parlamento e do Primeiro-Ministro.

"A República Centroafricana começou assim uma nova era, que precisa do apoio de todos para promover a sua reconstrução nacional e consolidação das suas instituições", concluiu.

-0- PANA IZ 14062016