Angola com cinco novos casos de coronavírus
Luanda, Angola (PANA) – Angola anunciou sábado cinco novos casos positivos de covid-19, passando para 35 infeções no total, incluindo 11 recuperações e dois óbitos.
Segundo a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, trata-se de quatro cidadãos nacionais, sendo um homem de 42 anos, uma mulher de 34 e duas crianças (de quatro e um ano) e um comerciante da Guiné-Conakry, de 36 anos de idade, residente na capital angolana, Luanda.
O comerciante guineense “foi captado” no rastreio das primeiras 443 amostras processadas dos passageiros provenientes de Lisboa, Portugal, nos voos da transportadora angolana TAAG de 17 e 18 de março passado, explicou a ministra na habitual conferência de imprensa diária de atualização de dados sobre a covid-19, no país.
Acrescentou que o mesmo não cumpriu a quarentena domiciliária nem forneceu dados corretos na ficha sanitária, durante a sua entrada no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro.
“O paciente foi encaminhado para o centro de tratamento de referência e os seus contatos directos, num total de 25, foram encaminhados para os centros de quarentena institucional, para acompanhamento e rastreio”, precisou.
Por seu turno, acrescentou, os outros quatro indivíduos são todos parentes, incluindo filhos e esposa, de um paciente já internado que também faz parte dos passageiros provenientes de Lisboa e que teve relação directa com três casos anteriores.
Dos contactos deste paciente, sete testaram positivo, incluindo os três apresentados, na sexta-feira, quando Angola passou de 27 para 30 casos confirmados, disse Lutucuta, acrescentando que os restantes contactos continuam a ser seguidos e testados.
A ministra indicou que os cinco novos casos correspondem aos resultados de 443 amostras de um total de mil e 18 passageiros dos voos de 17 e 19 de março, provenientes de Lisboa, das quais 442 foram negativas.
Até agora, já foram colhidas três mil 557 amostras no total das quais duas mil e 75 negativas, 35 positivas e 807 em processamento, precisou a ministra.
Neste momento, acrescentou, estão em quarentena institucional 908 pessoas e existem 412 casos suspeitos em investigação e 957 contactos directos e ocasionais em seguimento.
Reconheceu que as autoridades sanitárias tiveram problemas em relação à quarentena domiciliária em que muitos passageiros deram, à sua chegada, endereços errados e que, por isso, “não foi possível fazer o seu seguimento”.
“Alguns destes casos estão a testar positivo agora”, disse, afirmando que, dos testes já realizados “estão a aparecer muitos casos assintomáticos”.
Sublinhou que foram igualmente realizados testes aleatórios em alguns condomínios, assim como em contactos, profissionais de Saúde e trabalhadores de hotéis e que “não foi encontrado nenhum caso positivo”.
Os casos positivos confirmados até agora, em Angola, são todos de Luanda, a capital, encontrando-se nas demais províncias do país apenas casos suspeitos que cumprem quarentena institucional ou domiciliária.
Trata-se de casos maioritariamente importados, envolvendo essencialmente cidadãos nacionais regressados recentemente de Portugal e alguns poucos estrangeiros.
Os primeiros dois casos positivos de covid-19, em Angola, foram anunciados a 21 de março passado, entre os mesmos cidadãos angolanos chegados de Portugal.
Logo em seguida, foi decretado Estado de Emergência de 15 dias, a partir de 27 do mesmo mês, já renovado por duas vezes para vigorar até 10 de maio próximo.
Como medidas de contenção da propagação da doença, que já matou mais de 245 mil pessoas no Mundo inteiro, foi decretado um confinamento geral com o encerramento de escolas, universidades e alguns serviços públicos.
Foram igualmente encerradas as fronteiras do país e suspensas as deslocações interprovinciais, antes de esta última medida ser desagrada na terceira fase do Estado de Emergência, iniciada a 26 de abril passado.
Nesta nova fase do Estado de Emergência, pôs-se fim à interdição da circulação de pessoas e bens entre as diferentes províncias do país, excluindo-se Luanda, a capital.
O confinamento mantém-se em Luanda por ser a única província com casos positivos da doença, continuando assim proibidas as entradas e saídas da capital do país.
Desde o seu surgimento, em dezembro de 2019, a pandemia da covid-19 já infetou mais de 3,503 pessoas, no Mundo, das quais perto de um milhão e 130 mil já recuperaram e cerca de 245 mil faleceram.
A doença surgiu na China, em dezembro de 2019, e espalhou-se rapidamente por todo o Mundo, levando a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declará-la uma pandemia.
Em África, ela está presente em 53 países com um balanço de mais de 43 mil pacientes confirmados, dos quais mais de mil e 700 perderam a vida e mais de 14 mil recuperaram, até à manhã deste domingo, 03 de maio.
Os países mais afetados continuam a ser a África do Sul (6.336 casos), o Egito (6.193), Marrocos (4.880), a Argélia (4.295), o Gana (2.169), os Camarões (2.077), a Guiné-Conakry (1.586), a Côte d’Ivoire (1.362), o Senegal (1.182), Djibuti (1.112), a Tunísia (1.009), o Níger (736), a República Democrática do Congo (674), a Somália (671) e o Burkina Faso (652).
-0- PANA IZ 03maio2020