Agência Panafricana de Notícias

Angola chama mundo a olhar primeiro para África dadas suas riquezas

Luanda, Angola (PANA) - O mundo deve contar e olhar, em primeiro lugar, para o continente africano, dada a abundância de terras aráveis, recursos hídricos, solos e mão de obra jovem, que fácil e rapidamente pode dominar o manejo da maquinaria agrícola moderna e absorver os conhecimentos das mais modernas técnicas de cultivo, declarou o Presidente angolano, João Lourenço.

Por esta razão, África precisa do investimento privado e do conhecimento americano para fazer do continente um grande produtor e exportador de bens alimentares de qualidade para o mundo, defendeu terça-feira em Dallas, nos Estados Unidos, o estadista angolano, quando discursava na cerimónia da Cimeira Empresarial Estados Unidos de América-África.

"O continente africano pode jogar um papel crucial na superação quer da crise energética, quer da crise alimentar que o mundo enfrenta, por isso, entendemos que um olhar diferente dos Estados Unidos da América para a África pode ser a chave destes dois problemas que afligem a economia mundial”, aclarou, na qualidade de vice-presidente da Assembleia dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA).

O estadista angolano apelou aos investidores americanos para serem pragmáticos e não desperdiçarem a oportunidade de investirem em África para o benefício recíproco.

Sublinhou que os investidores americanos têm toda a liberdade para investirem em todos os domínios da economia africana, ali, frisou, onde os estudos de viabilidade lhes garantirem retorno e lucros do investimento na indústria, no agronegócio, nas pescas, nos recursos minerais, petróleo e gás, nas rochas ornamentais, na área imobiliária, na hotelaria e turismo, nas telecomunicações e em outros setores.

Neste particular, o chefe do Estado salientou que o investimento privado ou em parcerias público-privadas na construção e gestão de unidades hospitalares de referência, na produção local de medicamentos e de vacinas será muito bem-vindo e acarinhado pelos governos africanos no geral.

Disse que as universidades e centros de investigação científica do continente também têm todo o interesse em estreitar contactos e trabalhar com as mais conceituadas universidades e centros de investigação americanos.

Considerou "um importante vetor da relação de África com os Estados Unidos da América" o comércio, no âmbito do qual se têm processado operações com vantagens recíprocas para os Estados Unidos da América e para a África, que, no seu entender, consegue, por esta via, assegurar receitas consideráveis para a concretização do projeto de desenvolvimento sócioeconómico.

"Temos seguido, com atenção e interesse, o processo de renovação da AGOA, por se tratar de um mecanismo importante para o enquadramento das trocas comerciais que pretendemos que sejam cada vez mais inclusivas e flexíveis, para que se possa tirar destes benefícios recíprocos tangíveis”, indicou.

A Aafrican Growth and Oportunity Act (AGOA, sigla em inglês), ou seja, a Lei de Crescimento e Oportunidades para África, foi promulgada em 2000 pelos Estados Unidos da América.

O seu objetivo é abolir os direitos de exportação para os Estados Unidos de produtos fabricados pelos países africanos, precisamente na África Subsariana.

-0- PANA JA/DD 8maio2024