PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Angola atinge primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milénio
Luanda, Angola (PANA) – Angola vai ser homenageada este ano pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) por ter cumprido o primeiro dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) ao reduzir para metade a proporção da população afetada pela fome, revelou o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva.
O responsável máximo da FAO, que chegou a Luanda quarta-feira para uma visita de trabalho de 48 horas, falava à imprensa à saída de uma audiência que lhe foi concedida pelo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.
A homenagem a Angola terá lugar em junho próximo, na sede da agência onusina em Roma, na Itália, precisou, realçando que o país caminha para a erradicação da fome no que será "um feito destacável num continente que tem lutado com muitas dificuldades para vencer essa batalha".
Segundo ele, o número de pessoas famintas aumentou, nos últimos anos, sobretudo nos países mais a norte do continente, em particular no Mali, e que a fome está ligada aos conflitos, à seca e à ausência de investimentos e de políticas mais consentâneas de segurança alimentar.
Por isso, a FAO tem procurado apoiar os países afetados, não só com ajuda técnica, mas também com recursos financeiros para a implementação de políticas de segurança alimentar, explicou.
Salientou que o seu organismo está neste momento a trabalhar na criação de um fundo denominado “África Ajuda Africanos”, para acudir os países mais necessitados, num projeto a que o estadista angolano se comprometeu a "dar o seu apoio".
“Existem hoje em África países em situação muito melhor do que há 10 ou 20 anos, e têm condições de ajudar os seus vizinhos”, defendeu.
Por outro lado, prosseguiu, o Presidente José Eduardo dos Santos expressou a necessidade de Angola formar cada vez mais quadros capazes de contribuir para aumentar a produtividade da agricultura familiar, uma atividade que ocupa 13 milhões de pessoas "e nós asseguramos a continuidade de apoio técnico neste sentido”.
Para as operações da FAO em Angola, indicou, foi estabelecido o montante de 24 milhões de dólares americanos para implementação de projetos nas áreas de pesquisa e investimento agropecuário.
José Graziano da Silva expressou satisfação pelo trabalho que Angola tem desenvolvido com a FAO, a avaliar pelos "extraordinários resultados" que têm sido obtidos, manifestando desejo de reforço desta cooperação, para melhorar cada vez mais o desempenho do país no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio.
Os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio são oito metas internacionais estabelecidas em 2000 no termo da Cimeira do Milénio das Nações Unidas com a adoção da Declaração do Milénio das Nações Unidas subscrita na altura por todos os Estados-membros da ONU e pelo menos 23 organizações internacionais, com o compromisso do seu cumprimento até 2015.
Trata-se de "erradicar a pobreza extrema e a fome", pela redução para metade da proporção da população cujo rendimento é inferior a um dólar por dia e pela redução também para metade da proporção da população afetada pela fome; e "alcançar o ensino primário universal", pela garantia da conclusão do ciclo de ensino primário completo para todas as crianças de ambos os sexos.
"Promover a igualdade de género e a autonomização das mulheres", pela eliminação da disparidade de género no ensino primário e secundário, se possível até 2005, e em todos os níveis de ensino, o mais tardar até 2015, é outro desiderato preconizado.
Seguem-se a "redução da mortalidade infantil", pela redução em dois terços da taxa de mortalidade de crianças com menos de cinco anos de idade; a "melhoria da saúde materna", pela redução em três quartos da taxa de mortalidade materna; e o "combate ao HIV/Sida, à malária e a outras doenças", pela inversão da propagação da sida e da tendência atual da incidência da malária e de outras doenças graves.
Trata-se ainda de "garantir a sustentabilidade ambiental", pela integração dos princípios do desenvolvimento sustentável nas políticas e nos programas nacionais, pela inversão da tendência atual para a perda de recursos ambientais, pela redução para metade da percentagem da população sem acesso permanente à água potável e pela melhoria significativa da vida de pelo menos 100 milhões de habitantes de bairros degradados.
Finalmente, os líderes mundiais comprometeram-se a "criar uma parceria global para o desenvolvimento", pela continuação do desenvolvimento de um sistema comercial e financeiro multilateral aberto, baseado em regras, previsível e não discriminatório.
Este último ODM passa igualmente pela satisfação das necessidades especiais dos Países Menos Avançados, dos sem litoral e dos pequenos Estados insulares em desenvolvimento e pelo tratamento integrado do problema da dívida dos países em desenvolvimento, através de medidas nacionais e internacionais, por forma a tornar a sua dívida sustentável a longo prazo.
Passa ainda pela cooperação com os países em desenvolvimento, para formular e aplicar estratégias que ofereçam aos jovens trabalho condigno e produtivo, pela garantia, em cooperação com as empresas farmacêuticas, do acesso dos países em desenvolvimento a medicamentos essenciais a preços acessíveis, e pela garantia, em cooperação com o setor privado, do acesso aos benefícios das novas tecnologias, em especial as de informação e comunicação (TIC).
-0- PANA ANGOP/IZ 30jan2013
O responsável máximo da FAO, que chegou a Luanda quarta-feira para uma visita de trabalho de 48 horas, falava à imprensa à saída de uma audiência que lhe foi concedida pelo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.
A homenagem a Angola terá lugar em junho próximo, na sede da agência onusina em Roma, na Itália, precisou, realçando que o país caminha para a erradicação da fome no que será "um feito destacável num continente que tem lutado com muitas dificuldades para vencer essa batalha".
Segundo ele, o número de pessoas famintas aumentou, nos últimos anos, sobretudo nos países mais a norte do continente, em particular no Mali, e que a fome está ligada aos conflitos, à seca e à ausência de investimentos e de políticas mais consentâneas de segurança alimentar.
Por isso, a FAO tem procurado apoiar os países afetados, não só com ajuda técnica, mas também com recursos financeiros para a implementação de políticas de segurança alimentar, explicou.
Salientou que o seu organismo está neste momento a trabalhar na criação de um fundo denominado “África Ajuda Africanos”, para acudir os países mais necessitados, num projeto a que o estadista angolano se comprometeu a "dar o seu apoio".
“Existem hoje em África países em situação muito melhor do que há 10 ou 20 anos, e têm condições de ajudar os seus vizinhos”, defendeu.
Por outro lado, prosseguiu, o Presidente José Eduardo dos Santos expressou a necessidade de Angola formar cada vez mais quadros capazes de contribuir para aumentar a produtividade da agricultura familiar, uma atividade que ocupa 13 milhões de pessoas "e nós asseguramos a continuidade de apoio técnico neste sentido”.
Para as operações da FAO em Angola, indicou, foi estabelecido o montante de 24 milhões de dólares americanos para implementação de projetos nas áreas de pesquisa e investimento agropecuário.
José Graziano da Silva expressou satisfação pelo trabalho que Angola tem desenvolvido com a FAO, a avaliar pelos "extraordinários resultados" que têm sido obtidos, manifestando desejo de reforço desta cooperação, para melhorar cada vez mais o desempenho do país no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio.
Os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio são oito metas internacionais estabelecidas em 2000 no termo da Cimeira do Milénio das Nações Unidas com a adoção da Declaração do Milénio das Nações Unidas subscrita na altura por todos os Estados-membros da ONU e pelo menos 23 organizações internacionais, com o compromisso do seu cumprimento até 2015.
Trata-se de "erradicar a pobreza extrema e a fome", pela redução para metade da proporção da população cujo rendimento é inferior a um dólar por dia e pela redução também para metade da proporção da população afetada pela fome; e "alcançar o ensino primário universal", pela garantia da conclusão do ciclo de ensino primário completo para todas as crianças de ambos os sexos.
"Promover a igualdade de género e a autonomização das mulheres", pela eliminação da disparidade de género no ensino primário e secundário, se possível até 2005, e em todos os níveis de ensino, o mais tardar até 2015, é outro desiderato preconizado.
Seguem-se a "redução da mortalidade infantil", pela redução em dois terços da taxa de mortalidade de crianças com menos de cinco anos de idade; a "melhoria da saúde materna", pela redução em três quartos da taxa de mortalidade materna; e o "combate ao HIV/Sida, à malária e a outras doenças", pela inversão da propagação da sida e da tendência atual da incidência da malária e de outras doenças graves.
Trata-se ainda de "garantir a sustentabilidade ambiental", pela integração dos princípios do desenvolvimento sustentável nas políticas e nos programas nacionais, pela inversão da tendência atual para a perda de recursos ambientais, pela redução para metade da percentagem da população sem acesso permanente à água potável e pela melhoria significativa da vida de pelo menos 100 milhões de habitantes de bairros degradados.
Finalmente, os líderes mundiais comprometeram-se a "criar uma parceria global para o desenvolvimento", pela continuação do desenvolvimento de um sistema comercial e financeiro multilateral aberto, baseado em regras, previsível e não discriminatório.
Este último ODM passa igualmente pela satisfação das necessidades especiais dos Países Menos Avançados, dos sem litoral e dos pequenos Estados insulares em desenvolvimento e pelo tratamento integrado do problema da dívida dos países em desenvolvimento, através de medidas nacionais e internacionais, por forma a tornar a sua dívida sustentável a longo prazo.
Passa ainda pela cooperação com os países em desenvolvimento, para formular e aplicar estratégias que ofereçam aos jovens trabalho condigno e produtivo, pela garantia, em cooperação com as empresas farmacêuticas, do acesso dos países em desenvolvimento a medicamentos essenciais a preços acessíveis, e pela garantia, em cooperação com o setor privado, do acesso aos benefícios das novas tecnologias, em especial as de informação e comunicação (TIC).
-0- PANA ANGOP/IZ 30jan2013