Angola adia retomada de cultos religiosos na capital
Luanda, Angola (PANA) – As autoridades angolanas decidiram adiar o reinício dos cultos religiosos na capital do país, Luanda, e na província setentrional do Cuanza-Norte, devido ao aumento dos casos de covid-19.
A medida, que não abrange as restantes 16 províncias, foi anunciada segunda-feira pela ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, na habitual conferência de imprensa de atualização de dados sobre a covid-19, no país.
Luanda e Cuanza-Norte são as únicas províncias do país com casos positivos da covid-19, até agora, pelo que, segundo Lutucuta, “merecem uma atenção especial”.
As demais províncias podem retomar a atividade religiosa esta quarta-feira, como previsto, e nas condições determinadas por lei.
“Temos registado um aumento de casos consideráveis, nas últimas semanas”, justificou a ministra.
Nas últimas 24 horas, disse, o país registou três novas infeções que aumentaram para 186 o número total de contágios, dos quais 182 em Luanda e quatro no Cuanza-Norte.
Segundo o Decreto Presidencial que declara a situação de calamidade, no país, os templos religiosos reabrem quarta-feira com a limitação do número de presentes até 50 por cento da capacidade dos locais de culto.
As missas poderão ser celebradas quatro dias por semana, estando os restantes dias reservados à higienização dos templos.
Deverão ser higienizadas as superfícies e as mãos à entrada dos locais de culto, bem como fazer uso obrigatório de máscara facial, distanciamento físico mínimo de dois metros entre fiéis, ventilação constante dos espaços de culto e higienização obrigatória após cada celebração.
O Decreto determina ainda a não utilização ou distribuição de folhetos ou documentos, durante os cultos, e a colocação dos recipientes para oferta em locais de fácil acesso, entre outras medidas de prevenção e segurança.
Os três novos casos positivos das últimas 24 horas, entre os quais um óbito, são cidadãos nacionais com idades compreendidas entre dois e 66 anos de idade.
Destes três, dois, incluindo a criança de dois anos, estão associados um paciente de 36 anos com sintomas moderados, enquanto a terceira infeção é de uma mulher de 66 anos admitida domingo, no Hospital Militar Principal de Luanda.
O quadro respiratório desta última agravou-se e terminou em óbito, três horas depois de ter dado entrada no Banco de Urgência, explicou a governante.
Os 186 casos acumulados incluem 10 óbitos, 77 recuperações e 99 pacientes ainda ativos e em tratamento em unidades sanitárias de referência, em Luanda.
Segundo ainda a ministra da Saúde, o balanço do vínculo epidemiológico atual é de 57 casos importados, 120 de contaminação local e nove de origens ainda desconhecidas.
Desde o início da doença, em março passado, o país já colheu 20.140 amostras, com 186 resultados positivos e 16.530 negativos, estando as restantes ainda em processamento.
Estão em quarentena institucional 740 pessoas, em investigação 515 casos suspeitos e sob vigilância sanitária 1.345 pessoas.
-0- PANA 23junho2020