Amnistia Internacional quer acesso humanitário a três Estados sudaneses
Nairobi, Quênia (PANA) - A Amnistia Internacional (AI) pede um acesso humanitário aos Estados de Darfur (oeste), Cordofão-Sul (sul) e Nilo Azul (sudeste), na sequência do acordo de cessar-fogo assinado a 21 de outubro corrente entre o Governo sudanês e grupos armados de oposição nestes territórios, anuncia um comunicado oficial em Cartum.
Citado neste comunicado, o diretor-adjunto da AI para a África Oriental, o Corno de África e os Grandes Lagos, Seif Magango, frisou que as populações dos Estados de Darfur, afetados pelo conflito Cordofão-Sul e o Nilo Azul, têm sido privadas de direitos básicos como a educação, a saúde e mesmo a alimentação adequada durante anos, por causa do bloqueio deliberado da ajuda humanitária.
"As nossas buscas feitas ao longo dos anos mostrou a terrível amplitude de atrocidades infligidas às vítimas dos conflitos internos no Sudão, incluindo o uso de armas químicas e uma política de terra queimada", indignou-se Magango.
Para ele, é crucial que todas as partes trabalhem afincadamente para facilitarem o acesso imediato, sem restrições, das mpopulações à assistência humanitária necessária para se pôr termo ao sofrimento a que estão sujeitos civis durante anos.
Segundo Magango, é essencial pôr-se fim à impunidade dos crimes de guerra e de outras violações graves, e dar-se prioridade ao direito das vítimas à justiça e à reparação.
O Governo sudanês e vários grupos rebeldes assinaram segunda-feira última uma declaração política conducente a um acordo de paz.
Decidiram igualmente, no final dos debates em Juba, a capital do Sudão do Sul, de pôr termo às hostilidades.
A decisão, segundo Magango, permitirá abastecer de alimentos, sem problemas, as regiões de Darfur, as montanhas Nuba e do Nilo Azul, duramente afetadas pela pobreza.
-0- PANA MA/NFB/DIM/DD 23out2019