Amnistia Internacional exige fim de violência e restabelecimento de redes sociais no Senegal
Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) - Respondendo à violência que eclodiu ontem quinta-feira em Dacar e outras cidades na sequência do veredicto do julgamento do opositor Ousmane Sonko, Samira Daoud, directora regional do Gabinete da Amnistia Internacional para a África Ocidental e Central, apelou as autoridades senegalesas para interromperem imediatamente a violência policial e restaurar as redes sociais.
"Condenamos as restrições de acesso às redes sociais e a corte do sinal do canal de televisão privado Walf TV por parte das autoridades senegalesas, no contexto das violentas manifestações ocorridas em Dakar, Ziguinchor e Kaolack, entre outras cidades. Estas restrições ao direito à liberdade de expressão e informação constituem medidas arbitrárias contrárias ao direito internacional e não podem ser justificadas por imperativos de segurança”, disse Seydi Gassama, diretor executivo da Amnistia Senegal.
"Da mesma forma, as detenções arbitrárias devem cessar imediatamente. Apelamos às autoridades senegalesas em particular para libertarem sem condições Aliou Sané, coordenador do movimento "Y'en a Marre" detido desde a 29 de maio, bem como dois membros do FRAPP, Bentaleb Sow, detidos desde 31 de maio, e Moustapha Diop, detido quando se dirigia para indagar sobre as notícias das pessoas detidas na gendarmaria de Foire", acrescentou-se.
Seydi Gassama, diretor executivo da Amnistia Senegal, também apelou às autoridades senegalesas para procederem as investigações credíveis e independentes às mortes registadas no contexto das manifestações de Dakar e Ziguinchor.
"Lembramos às autoridades senegalesas que a força só deve ser usada quando necessária e de forma proporcional. A vida e a integridade física de todos devem ser respeitadas e protegidas pelas forças de ordem", afirmou Ka, diretor regional.
Recorda-se que esta quinta-feira, 1 de junho, o opositor político, Ousmane Sonko, foi condenado a 2 anos de prisão por corrupção juvenil. Com este anúncio, manifestações espontâneas e violentas eclodiram no mesmo dia em muitas cidades, incluindo Dakar, Ziguinchor e Kaolack. Segundo o Governo, 15 pessoas teriam perdido a vida.
-0- PANA TNDD/IS/SOC/MAR 03junho2023