Amnistia Internacional condena repressão de manifestantes no Tchad
N'Djamena, Tchad (PANA) - A Amnistia Internacional condenou as autoridades tchadianas pela repressão duma manifestação marcada para sábado passado por ativistas da oposição e da democracia.
Abdoulaye Diarra, pesquisador da Amnistia Internacional para a África Central, disse que a repressão do protesto de fim de semana é a última de uma série de restrições flagrantes aos direitos à liberdade de expressão e de associação pacífica denunciadas, há anos no Tchad.
Ele disse que, na manhã da manifestação, as mensagens textuais e redes sociais foram desaceleradas por horas em algumas áreas de N'Djamena, confirmando a ligação entre interrupções no acesso à Internet e os momentos de protestos políticos que foram observados, no últimos cinco anos no país.
“Desde o início da transição política, várias manifestações foram proibidas e reprimidas pelas autoridades”, disse Diarra.
Ele acrescentou que, entre 27 de abril e 19 de maio de 2021, pelo menos 16 pessoas foram mortas durante os protestos, em N'Djamena, e na cidade de Moundou, no sul do país. Os resultados das investigações ainda não foram divulgados.
« As autoridades tchadianas devem acabar com esta campanha de intimidação contra vozes críticas, respeitar e proteger os direitos à liberdade de expressão, associação e reunião pacífica. As aparentes restrições à conecividade com a Internet que ocorreram em torno da manifestação devem ser investigadas, e os tchadianos devem ter acesso livre e troca de informações online ", disse Diarra.
Desde a morte do Presidente Idriss Deby Itno, em abril de 2021, o Tchad é governado pelo Conselho Militar de Transição (CMT) chefiado pelo seu filho, Mahamat Idriss Deby.
No sábado passado, a "Wakit Tama", uma coaligação de organizações da sociedade civil e partidos de oposição no Tchad, convocou uma manifestação para denunciar a governação das autoridades de transição.
As autoridades, citando "riscos de perturbar a ordem pública", proibiram a manifestação, mas as pessoas se agruparam na capital N'Djamena. Segundo porta-vozes da "Wakit Tama", pelo menos 10 pessoas ficaram feridas com gases lacrimogêneos e outras 45 foram presas durante a repressão do protesto.
-0- PANA MA/BAI/IS/MAR/IZ 12out2021
