Amnistia Internacional condena morte de oito crianças em ataque nos Camarões
Yaoundé, Camarões (PANA) - A Amnistia Internacional (AI) condenou a morte de oito alunos da mesma turma, ocorrida sábado último na região anglófona dos Camarões, anunciou o seu encarregado de campanha para a África Central, Tity Agbahey.
Agbahey considera que esta atrocidade sublinha "a urgência de proteger a população comum da violência em curso nas regiões anglófonas deste país da África Central.
As crianças foram matadas quando homens armados atacaram a Academia Internacional Bilíngue Madre Francisca em Kumba, na região do sudoeste de Camarões, confrontada com uma insurreição, prosseguiu.
"Este horrível ataque mostra como a situação se deteriora e pedimos às autoridades camaronesas para tomarem imediatamente todas as medidas possíveis a fim de protegerem a população", disse Agbahey.
Num comunicado divulgado na segunda-feira, a AI declarou que 12 outras crianças ficaram feridas durante o ataque, alertando para um aumento de ataques contra a região de língua inglesa, onde várias pessoas pereceram, foram sequestradas ou ficaram feridas.
A seu ver, autoridades camaronesas devem dar um sinal claro e forte, dizendo que este tipo de crimes horríveis não será tolerado, e abrindo imediatamente uma investigação sobre estes crimes.
Os seus autores devem ser identificados, presos, processados demaneira equitativa, sublinhou Agbahey.
Por sua vez, a Organização Não Governamental (ONG) humanitária Médicos Sem Fronteiras afirma ter recebido 10 pacientes com idades compreendidas entre os 10 e os 15 anos.
“Como organização médico-humanitária, deploramos a trágica perda de vidas humanas na comunidade de Kumba”, disse Alberto Jodra Marcos, coordenador de emergência dos Médicos Sem Fronteiras, no sudoeste dos Camarões.
A ONG considerou esta ofensiva "um ato indecente e criminoso", sublinhando que estruturas civis como escolas e hospitais não devem ser visadas.
O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou os assassinatos e pediu às autoridades camaronesas para levar a cabo uma investigação completa sobre o sucedido para que seus autores possam ser julgados, declarou um seu porta-voz num comunicado.
Guterres exortou às partes armadas a absterem-se de quaisquer atos contra civis e respeitarem as leis humanitárias internacionais e de direitos humanos.
-0- PANA MA/NFB/JSG/MAR/DD 27outubro2020