Agência Panafricana de Notícias

Amnistia Internacional condena abusos contra Líbios negros no país

Paris, França (PANA) – A Amnistia Internacional (AI) condenou firmemente atos de tortura fr que resultou a morte dos Líbios da comunidade Tawargha (negros) e perpetrados por milícias armadas.

A AI apelou ao Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio para agir imediatamente a fim de investigar e intentar ações judiciais contra os presumíveis responsáveis.

Segundo a AI, uma dúzia de mortes ocorridas em detenção sob a responsabilidade de milícias armadas desde setembro de 2011, com recurso generalizado à tortura contra os presumíveis apoiantes e soldados de Muamar Kadafi, uma proporção elevada das vítimas, foram Tawarghas.

« Quantas vítimas devem morrer sob a tortura antes de as autoridades terem consciência da gravidade da situação e respeitarem as suas promessas a propósito dos inquéritos e de ações judiciais a abrir sobre estes crimes a fim de pôr termo a estas atrocidades ?, interroga-se a organização de defesa dos direitos humanos num comunicado cuja cópia foi transmitida à PANA em Paris.

A população inteira da cidade de Tawargha, ou seja cerca de 30 mil pessoas, foi vítima de abusos perpetrados por milicianos armados em represálias contra a lealdade desta cidade para com o antigo Governo de Kadafi e contra os crimes que Tawarghas são acusados de ter cometido durante o cerco e o bombardeamento desta cidade vizinha de Misratah pelas forças kadafistas, sublinha a organização internacional.

Em agosto de 2011, indica a AI, milícias armadas de Misratah pilharam e incendiaram várias casas e obrigaram a população inteira de Tawargha a deixar a cidade.

Desde então, estas milícias perseguem os Tawarghas na Líbia, caçando-os em toda parte, nos campos de pessoas deslocadas, em casas, postos de controlo e hospitais.

Os que foram presos seriam conduzidos a centros de detenção de Misratah, onde são sistematicamente torturadas, às vezes até à morte.

Centenas de Twarghas seriam detidos em Misratah e novas detenções foram assinaladas, segundo a AI.

« As autoridades de Misratah parecem ignorar que é cada vez mais manifesto que violações foram perpetradas pelas milícias de Misratah, ao afirmar que apenas "erros individuais" foram cometidos, deplora a organização.

Para a Amnistia Internacional, « é imperioso que o CNT controle estas milícias, investigue sobre todas as violações e processe os supostos responsáveis- em todos os campos- em conformidade com o direito internacional ».

É só assim, considera a organização, que a Líbia poderá romper com décadas de violações sistemáticas dos direitos humanos.

-0- PANA BM/JSG/FK/DD 22abril2012